Jensen Huang, CEO da Nvidia, durante apresentação da Blackwell. Foto: Reprodução, Nvidia
Durante a Computex, uma das principais feiras de inteligência artificial (IA) do mundo, realizada em Taiwan, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, fez um alerta direto aos formuladores de políticas dos Estados Unidos. Para ele, as restrições de exportação de chips para a China são um erro, e um erro caro.
Segundo o executivo, essas medidas já reduziram de 95% para 50% a participação da empresa americana no mercado chinês. A fala foi registrada pela CNBC nesta quarta-feira (21).
Para Huang, a política de contenção dos EUA é, nas palavras dele, um “fracasso”. Em vez de frear o avanço chinês, o efeito colateral foi justamente acelerar os investimentos de Pequim no desenvolvimento de semicondutores nacionais. “Eles estão bem perto de nós”, disse o executivo ao Congresso dos EUA em abril, acrescentando que essa é uma “corrida infinita e de longo prazo”.
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Enquanto tenta manter o equilíbrio entre os interesses comerciais e as tensões geopolíticas, a Nvidia atua em um campo minado. De acordo com a CNBC, Huang tem buscado preservar relações com os dois lados da disputa. Nos Estados Unidos, acompanha o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em compromissos internacionais.
Trump chegou, inclusive, a chamá-lo de “amigo” e elogiou os investimentos da Nvidia em IA. Na China, a empresa continua ampliando presença, com a aquisição de um novo espaço para colaboradores em Xangai, embora sem transferir propriedade intelectual ou projetos de chips para o país.
A resposta chinesa às recentes mudanças nas políticas de chips foi dura. O Ministério do Comércio da China acusou os EUA de “intimidação” e abuso de controles de exportação, pedindo à Casa Branca que reverta as medidas. A tensão se intensificou com o fim da chamada “AI Diffusion Rule”, implementada por Biden e agora descartada pelo governo Trump, com promessa de reformulação futura.
Ainda segundo a CNBC, Huang elogiou publicamente os avanços da Huawei, que estaria desenvolvendo um chip avançado para competir com a Nvidia. “Eles são impressionantes em computação e redes. Fizeram enormes progressos nos últimos anos”, afirmou.
Apesar do cenário, Huang garantiu a autoridades chinesas que a Nvidia continuará “servindo inabalavelmente o mercado chinês”. Ao mesmo tempo, a empresa tem redesenhado seus chips para manter a conformidade com as exigências de Washington.
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