Imagem: Shutterstock
O CEO da Tesla, Elon Musk, garantiu nesta terça-feira (20) que continuará no comando da montadora pelos próximos cinco anos. A declaração foi feita em entrevista por vídeo no Qatar Economic Forum, organizado pela Bloomberg, em Doha. Segundo ele, manter o cargo é uma forma de assegurar controle estratégico sobre a empresa, afastando riscos de intervenções externas, como de investidores ativistas.
A fala vem em um momento de inflexão para a Tesla. A companhia reportou no mês passado queda de 20% na receita automotiva e recuo de 71% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2025. As ações da empresa acumulam desvalorização de 15% no ano, embora tenham fechado praticamente estáveis após o anúncio de Musk.
A CNBC lembra que parte dos questionamentos ao CEO vem do seu envolvimento crescente com a política dos Estados Unidos. Musk tem atuado como conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na chamada Department of Government Efficiency (DOGE), uma iniciativa de “eficiência governamental” que tem ocupado parte significativa de sua agenda.
Embora tenha dito, em balanço recente da Tesla, que reduziria esse envolvimento, Musk confirmou que continuará dedicando de um a dois dias por semana ao projeto.
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A aproximação com Trump e a crescente identificação de Musk com a ala republicana têm gerado consequências para a imagem da Tesla. A CNBC relata episódios de protestos e até ataques a lojas da montadora, além de uma percepção negativa de parte do público consumidor de veículos elétricos.
Musk reconheceu que os efeitos o atingem pessoalmente, especialmente quando há ameaças ou manifestações violentas, mas disse que pretende gastar “bem menos” com campanhas políticas daqui para frente.
Além da Tesla, Musk falou sobre seus outros negócios. O executivo mencionou que o Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, pode vir a se tornar uma empresa pública no futuro, sem especificar exatamente quando.
Musk segue acumulando papéis de liderança em companhias como a própria SpaceX, a xAI (de inteligência artificial) e a Neuralink (de neurotecnologia). Apesar do cenário turbulento, o empresário tenta mostrar que sua permanência na Tesla é uma decisão estratégica, e não financeira. “Não é uma questão de dinheiro”, afirmou no fórum. “É uma questão de controle razoável sobre o futuro da empresa.”
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