Mozilla Foundation demite 30% dos funcionários e encerra divisão de defesa de interesses

A Mozilla Foundation, frente sem fins lucrativos da fabricante do navegador Firefox, alegou enfrentar uma "onda incessante de mudanças"

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3:20 pm - 07 de novembro de 2024
Imagem: Shutterstock

Em contato com a TechCrunch, Brandon Borrman, chefe de comunicação da Mozilla Foundation, confirmou as demissões em um e-mail. Segundo ele, a Mozilla Foundation está reorganizando suas equipes para aumentar a agilidade e o impacto, “enquanto aceleramos nosso trabalho para garantir um futuro técnico mais aberto e equitativo para todos. Isso, infelizmente, significa encerrar algumas das iniciativas que historicamente seguimos e eliminar cargos associados para trazer mais foco adiante”, diz a declaração enviada à TechCrunch.

De acordo com os registros fiscais anuais, a Mozilla Foundation relatou ter 60 funcionários durante o ano fiscal de 2022. No momento das demissões, o número de empregados era mais próximo de 120, segundo uma fonte familiarizada com a situação. Ao ser questionado pela TechCrunch, o porta-voz da Mozilla não contestou esse número.

Esta é a segunda onda de demissões na Mozilla este ano, com a primeira afetando dezenas de funcionários da área responsável pelo popular navegador Firefox.

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O trabalho da Mozilla em defesa de interesses

A Mozilla é composta por várias organizações, incluindo a Mozilla Corporation, que desenvolve o Firefox e outras tecnologias, e a Fundação, que é sem fins lucrativos e isenta de impostos, supervisora da estrutura de governança corporativa da Mozilla e responsável pelas políticas da empresa.

Grande parte do trabalho da Mozilla se concentrou na defesa da privacidade, inclusão e descentralização das tecnologias, visando “criar experiências online mais seguras e transparentes para todos”, o que, em última análise, beneficia tanto a fabricante do navegador quanto seus usuários.

Em um e-mail enviado a todos os funcionários no dia 30 de outubro, a diretora-executiva da Mozilla Foundation, Nabiha Syed, confirmou que duas das principais divisões da fundação — defesa de interesses e programas globais — “não fazem mais parte de nossa estrutura”.

Após a publicação, Borrman informou à TechCrunch que “a defesa de interesses continua sendo um pilar central do trabalho da Mozilla Foundation e será incorporada em todas as outras áreas funcionais”, sem fornecer detalhes específicos.

De acordo com Syed, essa mudança visa produzir uma “narrativa unificada e poderosa da Fundação”, incluindo uma reformulação nas comunicações estratégicas da fundação. “Estamos diante de uma onda incessante de mudanças no mundo da tecnologia (e além), e a ideia de colocar as pessoas à frente do lucro parece cada vez mais radical.”

“Navegar por esse período turbulento e distrativo exige um foco intenso — e às vezes dizermos adeus a trabalhos excelentes que nos trouxeram até aqui, porque eles não nos levarão ao próximo pico. Metas ambiciosas demandam escolhas difíceis”, completou Syed.

Syed, que se juntou à Mozilla Foundation em fevereiro, anteriormente atuou como CEO do site de jornalismo de dados e notícias investigativas The Markup.

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Redação

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