A Lei do Bem tem sido responsável por alavancar investimentos em inovação no Brasil desde 2006, quando foi criada como instrumento legal pelo Governo Federal. A lei permite a dedução fiscal em forma de incentivos fiscais, além da criação de regimes tributários especiais, diferenciados e reduções fiscais para diversos tributos federais. Nos últimos anos, um dos setores que mais tem se beneficiado é o de software.
Segundo levantamento feito pela KPMG, a Lei do Bem (Lei 11.196/05) foi responsável por mais de R$ 162 bilhões em investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no Brasil até 2021. O estudo da KPMG foi conduzido a partir de informações disponibilizadas entre 2006 e 2021 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Além disso, a quantidade de empresas que utilizaram os incentivos fiscais de inovação tecnológica segue em crescimento exponencial. Somente em 2021 foram mais de 3.000 empresas beneficiadas com reduções tributárias relacionadas à Lei do Bem. Em 2020 foram 2.564, em 2019 foram 2.288 e em 2018 foram 1.848.
Leia mais: Sustentabilidade ganha fôlego com respaldo de liderança, aponta pesquisa
“Este é um montante extraordinário de recursos investidos em PD&I pelas empresas no Brasil, o que, por si só, expressa o quanto a Lei do Bem é protagonista no fomento de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica em nosso País. A cada R$ 1,00 que o Governo Federal abre mão de arrecadar, as empresas investem R$ 5,00 em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica”, afirma Wiliam Calegari, sócio da área de Incentivos Fiscais na KPMG do Brasil.
Sob escopo da Lei, o Governo Federal permite que as empresas que investem de PD&I no Brasil podem reduzir parte dos seus tributos incidentes sobre o lucro, mediante a utilização de benefícios fiscais.
Considerando todas as empresas que utilizaram os incentivos da Lei do Bem ao menos uma vez entre 2006 e 2017, sendo este o último ano em que o MCTI divulgou a lista de empresas beneficiárias, mais de 3.700 delas fizeram jus a esses benefícios fiscais. Na análise da KPMG, o número ainda é considerado modesto, já que, atualmente mais de 151.000 empresas são tributadas pelo Lucro Real, conforme dados da Receita Federal do Brasil.
Com relação ao recorte setorial, em 2006 o setor automotivo era o setor que tinha mais empresas beneficiadas pela Lei do Bem, com 30 empresas, representando 23% das beneficiadas. Já em 2017, o setor que mais se beneficiou foi o de software, com 410 empresas, atingindo 13% do total.
A KMPG ressalta que outro aspecto importante da Lei do Bem está no aumento expressivo no número de pesquisadores dedicados aos projetos de PD&I nas organizações. Considerando todas as categorias de pesquisadores, desde técnicos até doutores, o salto foi de 20.373 em 2014 para 31.902 em 2021 (alta de 56%).
“A Lei do Bem permitiu também que todos os segmentos econômicos pudessem utilizar benefícios fiscais, os quais, antes de 2005, eram direcionados quase que exclusivamente para a indústria de manufatura em geral. Finalmente, se a Lei do Bem não tivesse sido editada em 2005, grande parte desses investimentos teria migrado para outros países com incentivos fiscais semelhantes”, afirma Wiliam Calegari.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!
A Pure Storage está redefinindo sua estratégia de mercado com uma abordagem que abandona o…
A inteligência artificial (IA) consolidou-se como a principal catalisadora de novos unicórnios no cenário global…
À primeira vista, não parece grande coisa. Mas foi na pequena cidade de Pornainen, na…
O processo de transição previsto na reforma tributária terá ao menos um impacto negativo sobre…
O que antes parecia uma aliança estratégica sólida começa a mostrar rachaduras. Segundo reportagem do…
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos firmou um contrato de US$ 200 milhões com…