Inovação é sobre cultura organizacional, não apenas tecnologia

Para Maria Augusta Orofino, autora de livro sobre o tema, processos inovadores desafiam cultura das companhias

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2:48 pm - 18 de novembro de 2021
Maria Augusta Orofino, pesquisadora e autora do livro Liderança para a inovação: como aprender, adaptar e conduzir a transformação cultural nas organizações (Foto: Divulgação)

A inovação é parte essencial de empresas, independente de seus tamanhos, para que continue sendo relevante para o mercado. Cada vez mais, discutem-se maneiras de se tornar inovador – seja uma grande companhia que se vê “engessada” em seus processos ou uma pequena empresa que acredita que apenas com mais capital é possível ser disruptivo.

Maria Augusta Orofino, pesquisadora e autora do livro “Liderança para a inovação: como aprender, adaptar e conduzir a transformação cultural nas organizações”, explica que o grande desafio, no caso de grandes empresas, é não conseguir olhar para fora de seu negócio.

“Isso passa pela cultura organizacional, que deve ser pautada para estar aberto a novas situações. Quando há uma cultura muito fechada em si e não em uma conversa de mercado, não há como fazer o processo de inovação”, diz ela.

Além disso, as organizações não estão abertas ao risco e ao erro e, sem os dois fatores, não é possível inovar. Os líderes tendem a acreditar que a inovação é previsível, mas, ainda que existam frameworks para tornar o processo mais assertivo, não há como garantir que, ao chegar ao mercado, a inovação será aceita pelo público.

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Segundo a especialista, a cultura é o primeiro passo para que uma empresa seja inovadora. Em seguida, compreender quais são as necessidades dos clientes. “Ser apaixonado pela dor do cliente e estudar quais são os problemas que o cliente tem sem ser atendido é um grande passo para pensar em inovações”, revela.

A tecnologia, por sua vez, encurta o caminho, porém não é a inovação. “A gente tem várias inovações que não são tecnológicas – a figura do marido de aluguel, por exemplo, que trouxe uma série de serviços familiares, foi uma inovação sem pensar em tecnologia. Eu posso ter inovações que passam só pela experiência do cliente e não tem nada de tecnologia”, diz ela.

Em seu livro, Maria Augusta reuniu dicas práticas sobre a liderança no processo de inovação. De acordo com ela, os líderes que desejam criar uma cultura de inovação devem:

  • Fazer uma análise de como lida com as pessoas. Sair de “comando e controle”, pois o líder inovador é voltado para confiança, porque ele não vai fazer sozinho. Ele tem que tirar impeditivos e não os colocar.
  • Ter paixão por tecnologia. Hoje há uma série de tecnologias simples, baratas ou até gratuitas para que ele trabalhe o processo de gerenciamento de equipe.
  • Ser futuristas. Trabalhar com construção de diversos cenários para o futuro.
  • Ser humanitários e estimular as pessoas a trabalharem felizes.

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