Com Trump no horizonte, China reforça plano para a indústria de chips
Diante de sanções, indústria de chips da China busca autossuficiência para enfrentar políticas comerciais de Trump

A indústria de semicondutores da China enfrenta um cenário desafiador diante da possibilidade de um novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos. Durante sua gestão anterior, o ex-presidente impôs restrições severas ao setor tecnológico chinês. Para mitigar os impactos dessas medidas, empresas do setor estão intensificando a compra de equipamentos estrangeiros, recrutando profissionais qualificados e firmando novas parcerias internacionais.
A busca pela autossuficiência se tornou prioridade para a China, especialmente após as sanções aplicadas a gigantes como Huawei, ZTE e a fabricante de chips SMIC, que tiveram acesso limitado a tecnologias dos Estados Unidos. Essas restrições impulsionaram a adoção de estratégias alternativas e ajustes nos modelos de negócios.
Zhu Jing, secretário-geral adjunto da Associação da Indústria de Semicondutores de Pequim, destacou a necessidade de ampliar operações no exterior e explorar novos mercados. Ele também indicou que, caso haja um enfraquecimento na coordenação global das sanções contra a China, algumas importações de chips podem ser retomadas.
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A atração de talentos internacionais tornou-se um dos focos da indústria, principalmente se forem mantidas as barreiras à imigração e à contratação de profissionais chineses nos Estados Unidos. Zhu ressaltou que esse cenário pode beneficiar o setor na China, facilitando a cooperação com empresas multinacionais e fortalecendo o desenvolvimento interno.
Diante desse contexto, as empresas chinesas do setor buscam transformar desafios em oportunidades. Com a possibilidade de novas restrições comerciais e tarifas sob um segundo governo Trump, a necessidade de acelerar a autossuficiência torna-se ainda mais evidente.
Um exemplo desse movimento é a Jinan Lujing Semiconductor Co, fabricante de chips de segurança e dispositivos de potência. Em uma publicação na rede social WeChat, a empresa enfatizou que o primeiro mandato de Trump reforçou a urgência da independência no setor de semicondutores e estimulou a busca por soluções locais.
A estratégia chinesa também inclui o fortalecimento de alianças internacionais, uma vez que futuras políticas dos EUA podem aprofundar divisões geopolíticas. Para minimizar os impactos das restrições, a indústria de semicondutores da China aposta na ampliação de parcerias com países e corporações que se sentem prejudicadas pelas políticas protecionistas norte-americanas.
Com investimentos em inovação, expansão global e colaborações estratégicas, as empresas chinesas do setor demonstram uma resposta estruturada às incertezas impostas pelo cenário político internacional.
*Com informações da Reuters
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