IA já é usada na gestão de municípios brasileiros. Saiba como!

De monitoramento urbano a qualidade do ar, municípios brasileiros estão adotando IA para resolver desafios diários

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1:30 pm - 08 de outubro de 2024
Paulo Machado, da Mapzer (Imagem: Divulgação)

A conectividade e a tecnologia democratizadas nas cidades brasileiras, inclusive aquelas muito longe dos grandes centros, têm permitido que os municípios aumentem o uso de inteligência artificial para lidar com desafios cada vez mais complexos. Segundo a Mapzer, startup brasileira que utiliza IA para mapear problemas urbanos, a IA tem ganhado espaço como ferramenta para tornar a gestão pública mais ágil e eficaz.

“A inteligência artificial permite que gestores públicos analisem grandes volumes de dados em tempo real, desde a previsão de desastres naturais até o monitoramento de problemas cotidianos, como buracos e iluminação pública, o que permite uma administração proativa dos municípios”, diz Paulo Machado, diretor executivo da Mapzer.

Após a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, a Mapzer mapeou mais de 144 mil problemas ocasionados pelas inundações na capital Porto Alegre e nas cidades de Lajeado e São Leopoldo. Veículos equipados com inteligência artificial fizeram uma “ressonância” das ruas, identificando buracos, lixo irregular e falhas na iluminação.

Segundo a empresa, a tecnologia é usada em outros municípios, inclusive em período noturno, para monitorar áreas de baixa luminosidade e lâmpadas queimadas.

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“Com o monitoramento noturno, conseguimos otimizar a infraestrutura e melhorar a segurança pública, tornando as cidades mais seguras e organizadas. Acreditamos que a IA tem o poder de tornar a gestão urbana proativa ao invés de reativa”, diz Machado.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo também a tecnologia. Um robô digital chamado Sofia auxilia servidores no atendimento, fornecendo informações rápidas sobre temas como IPTU, ITBI e taxas municipais.

No Rio de Janeiro, o projeto Refloresta Rio, que atua na recuperação de áreas verdes desde 1980, incorporou um “drone semeador” equipado e pilotado por IA. O drone dispersa cápsulas de sementes nativas em Campo Grande, bairro na Zona Oeste da capital, contribuindo para o reflorestamento e ajudando a mitigar os impactos das ondas de calor na cidade.

IA contra eventos climáticos extremos

Com a recente crise das queimadas no Brasil, o monitoramento da qualidade do ar se tornou importante. Redes de sensores captam e analisam amostras, informando a população em tempo real sobre os níveis de poluição. Esses sistemas também ajudam a identificar riscos ambientais, como focos de incêndio perto de florestas.

Com base no modelo do COR Rio, que já conta com mais de 3.600 câmeras e monitoramento 24 horas por dia no Rio de Janeiro, qualquer cidade pode implementar centros de operações que integram diferentes órgãos e utilizam tecnologias como pluviômetros e radares meteorológicos para monitorar riscos e garantir a segurança das populações.

Na otimização do transporte público e na gestão do tráfego urbano, a IA tem desempenhado um papel. Sistemas operacionais ajustam horários de ônibus em tempo real com base no volume de passageiros e número de viagens diárias, permitindo adaptações nos trajetos e maior eficiência no uso de transportes públicos.

Em São Paulo (SP), a parceria entre a prefeitura e o Google, por meio do projeto Green Light, busca reduzir congestionamentos e emissões de CO2. A ferramenta ajusta o tempo dos semáforos com base no tráfego em tempo real, melhorando o fluxo em até 30% e diminuindo a poluição.

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Redação

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