Imagem: Divulgação/Google Cloud
Não há dúvidas de que 2025 é o ano transição da inteligência artificial (IA) generativa tradicional para uma IA definida por agentes – também apelidada de “IA agêntica“. Ainda que baseados em tecnologias de IA que já conhecemos, estes agentes prometem elevar o nível de automação nas empresas para um novo patamar. O Google Cloud, unidade de serviços nuvem da Alphabet, quer ser uma das líderes do setor.
A empresa é, hoje, a terceira colocada na disputa pelo mercado global de nuvem, atrás da Azure, da Microsoft, e da AWS. Os investimentos na expansão de capacidades de IA que a companhia tem feito há mais de uma década, no entanto, são vistos como chave para garantir seu crescimento. Pouco a pouco, a estratégia tem dado resultado.
Segundo dados do Synergy Research Group, a participação da Google Cloud no mercado de nuvem hoje é de 12%, acima dos 10% que registrava em 2021. O número ainda é distante dos 21% e 30% registrados, respectivamente, pela Microsoft e AWS, mas tem variado positivamente. Só no quarto trimestre de 2024, a companhia registrou US$ 12 bilhões em receita, um acréscimo de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Durante o Google Cloud Next 2025, principal conferência para clientes e parceiros da empresa que começa nesta quarta-feira (09) em Las Vegas, nos Estados Unidos, a companhia revelou uma série de novas ofertas de software e serviços voltados para a criação e operação de agentes de IA.
A aposta da companhia é de que já estamos caminhando para um mundo “multiagentes”, em que organizações adotarão uma pluralidade destes sistemas autônomos para operar e gerir ambientes corporativos da forma mais eficiente possível, independentemente do fornecedor.
“Neste ano, a IA generativa deixará de apenas responder perguntas pontuais para começar a resolver problemas complexos por meio de sistemas baseados em agentes”, avalia Amin Vahdat, vice-presidente de Machine Learning, Sistemas e IA do Google Cloud. “Agentes pensam vários passos à frente.”
O principal pilar da estratégia é o Vertex AI, plataforma para construção e gerenciamento de aplicações e agentes de IA. De acordo com a empresa, só no ano passado, a plataforma registrou um crescimento de 20 vezes. Já são mais de 200 modelos fundacionais disponíveis para os mais de 4 milhões de desenvolvedores na plataforma.
Agora, clientes terão acesso ao novo Agent Development Kit (ADK) como parte do Vertex AI. O ADK opera um ambiente unificado e de código aberto para o desenvolvimento para agentes, simplificando a criação, testagem e operação destes sistemas. O framework é agnóstico e capaz de suportar interações multiagente de diferentes fornecedores.
O ADK, também diz o Google Cloud, permite o desenvolvimento simples de sistemas, usando Python e com até 100 linhas de código. Mais linguagens serão incluídas no futuro. Empresas também terão acesso ao chamado AgentGarden com o ADK, um novo ambiente que disponibiliza APIs e conectores para que agentes se comuniquem com outros ambientes.
É parte ainda desse esforço de conectividade o novo protocolo Agent2Agent, linguagem para garantir a comunicação e interoperabilidade entre agentes, independentemente do seu ecossistema de origem. O protocolo aberto já conta com mais de 50 parceiros, incluindo Deloitte, Salesforce, ServiceNow e SAP.
“Um dos maiores desafios que as empresas enfrentam na adoção da IA é fazer com que agentes criados em diferentes frameworks e por fornecedores distintos funcionem juntos. O A2A resolve esse problema ao fornecer uma linguagem em comum, independentemente da tecnologia ou do fornecedor em que foram desenvolvidos”, diz Vahdat.
Lançada em dezembro do ano passado, a Agentspace também é parte dessa estratégia. A plataforma promete simplificar o dia a dia de colaboradores ao fornecer uma interface que permite o uso de prompts de IA para localizar informações dentro de sua organização.
A solução, que também é agnóstica, pode se conectar a sistemas como ServiceNow, Jira, Sharepoint e mais. Durante o Next, o Google Agentspace recebeu uma série de novos recursos:
Agent Gallery: oferece aos funcionários uma visão única de todos os agentes disponíveis na empresa para facilitar sua descoberta e uso. Isso inclui agentes do próprio Google, de equipes internas e de parceiros.
Agent Assembler: interface no-code para criar agentes personalizados que automatizam tarefas de trabalho do dia a dia e trazem insights de negócio. Segundo o Google Cloud, o Assembler ajuda funcionários, independentemente de sua experiência técnica, a adaptar agentes aos seus fluxos de trabalho e necessidades individuais
Idea Generation Agent: estrutura para classificar ideias de maneira eficaz com base em critérios definidos pelos funcionários para ajudá-los a refinar ou gerar novas ideias, realizar brainstorming e solucionar problemas.
Deep Research Agent: agente para exploração de tópicos complexos. Capaz de sintetizar descobertas em um relatório abrangente e simples de ler
*O jornalista viajou a Las Vegas a convite do Google Cloud
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