Fintechs brasileiras já somam US$ 731 milhões de investimentos em 2021

Setor lidera aportes entre startups e deve bater recorde este ano. Relatório da Distrito e da KPMG mostra 1.158 fintechs no Brasil

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3:53 pm - 17 de maio de 2021

As fintechs brasileiras receberam US$ 731 milhões de investimentos divididos em 45 aportes nos quatro primeiros meses do ano, revelou o relatório mensal Insite Fintech Report, realizado pelo Distrito Dataminer, e divulgado nesta segunda-feira (17). Somente em abril foram US$ 123 milhões captados em 12 negociações.

O volume investido no primeiro quadrimestre equivale a seis vezes o do mesmo período registrado no ano passado. Mesmo que os investimentos sofreram leve queda nos dois últimos meses, depois de um primeiro bimestre forte, as startups financeiras captaram US$ 50 milhões entre março e abril.

Em ascensão desde 2012, as fintechs ultrapassaram US$ 1 bilhão nos últimos dois anos e devem superar essa marca em 2021. “Devemos seguir batendo recordes de investimentos no setor, à medida que outros players importantes atingem seu pleno desenvolvimento”, comentou Tiago Ávila, head do Distrito Dataminer, em comunicado.

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O total captado ficou concentrado em startups de estágio avançado. Nas rodadas late-stage, os investidores costumam aportar valores mais altos devido à viabilidade do retorno financeiro. Isso fica claro nos números do Nubank, que lidera os maiores aportes entre as fintechs, cujas rodadas Series F e G que bateram US$ 400 milhões.

Segundo o levantamento, o primeiro quadrimestre concentrou 14 fusões e aquisições, mais da metade do total registrado em 2020. Entre os destaques, Boa Vista e a Locaweb adquiriram duas fintechs entre janeiro e abril. Já a Via, comprou sua segunda fintech, a Celer, que se soma à banQi, adquirida no ano passado.

Fintechs em evolução

Em parceria com a KPMG, o Distrito também lançou o Mining Report, mapeamento que demonstra a evolução das fintechs. Segundo o estudo, há 1.158 startups financeiras no Brasil, sendo a maioria voltada para meios de pagamento (15%), seguido por crédito (13,6%) e backoffice (13,2%).

Desde 2012, quando o estudo foi realizado pela primeira vez, essas empresas receberam US$ 4,6 bilhões de investimentos distribuídos em 536 aportes, incluindo as negociações realizadas até o fim de abril deste ano. De acordo com o Mining Report, o aumento da competitividade e da complexidade das soluções financeiras tecnológicas levam empresas entrantes a buscarem a diferenciação.

“Com o ambiente regulatório construído pelo Banco Central, por meio de resoluções que reduzem a burocracia – com destaque para o Pix e Open Banking – além da aceleração da digitalização de negócios em função da pandemia, diversas oportunidades têm surgido para atuação das fintechs”, observou o sócio da área de Private Enterprise da KPMG do Brasil, Jubran Coelho.

O relatório mostra que mais da metade das fintechs (52,3%) são do segmento B2B, enquanto 27,3% atuam no B2C e 13,6% fornecem soluções para os dois. As fintechs, no entanto, estão entre as startups com maior desigualdade de gênero. São 87,3% sócios homens, contra somente 12,7% de mulheres.

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