Edge computing. Imagem: Shuttetstock
A América Latina avança em um novo capítulo da transformação digital. Juan Casal, diretor de Telco & Empresas Digitais da Intel para a região, assinala que a digitalização das empresas na América Latina tem progredido a passos largos, impulsionada pela virtualização do core, edge computing e pela crescente implementação do 5G.
No entanto, segundo ele, o verdadeiro diferencial da nova era está na convergência entre conectividade, edge computing e inteligência artificial (IA). “Hoje, a virtualização é um capítulo essencial, e os operadores estão cada vez mais prontos para atacar os desafios que surgem”, afirmou Casal em entrevista ao IT Forum durante o Mobile World Congress, que acontece nesta semana em Barcelona*, na Espanha.
Um dos conceitos mais promissores apresentados no MWC 2025 foi o Open Gateway, um modelo que redefine o papel das operadoras e Casal mostra-se animado com essa evolução.
“A rede como serviço é um salto de maturidade para as teles. O papel das operadoras mudou drasticamente na última década e hoje elas dividem espaço com gigantes das OTTs”, explica. Para ele, a iniciativa Open Gateway já é uma realidade operacional em alguns serviços e representa um avanço crucial para a construção de um ecossistema de soluções interconectadas, baseadas em plataformas flexíveis e escaláveis.
Essa mudança estrutural, porém, encontra desafios específicos na América Latina. Com uma diversidade geográfica e socioeconômica tão ampla, os operadores têm se tornado especialistas na máxima fazer mais com menos. “Os operadores da região aprenderam a lidar com um cenário desafiador. Eles têm uma criatividade técnica e econômica apurada, buscando soluções eficientes para espectro, conectividade rural e expansão da cobertura de rede”, destaca o executivo.
Se há um termo que permeou muitas das discussões no MWC 2025, foi “IA na borda”. O processamento de dados mais próximo do usuário final, sem necessidade de transferência massiva para a nuvem, mostra-se promissor e um meio de tornar a IA acessível e eficiente.
“Muitas empresas ainda enxergam a IA como algo extremamente complexo, mas a verdadeira revolução ocorre em pequenas escalas. Um banco, uma rede de cafés, uma mineradora – todos podem aproveitar machine learning de forma inteligente e localizada”, afirma Casal.
Ele lembra que a Intel tem apostado nessa evolução com o lançamento da nova geração de processadores Xeon 6 SoC, projetados para maximizar a performance de IA sem a necessidade de GPUs de alto custo. “Estamos democratizando a tecnologia. Até 2026, pelo menos 50% das cargas de trabalho estarão na borda, e isso estará ao alcance de todos”, projeta o executivo.
Segundo ele, essa abordagem também impacta diretamente as operadoras, que podem otimizar seus custos operacionais ao reduzir a necessidade de transferência de dados para grandes data centers.
Casal acredita que estamos apenas começando a entender o potencial da IA para telecomunicações. “A IA vai estar presente em todas as camadas, desde a estação de rádio até o serviço final ao consumidor. O futuro será emocionante”, diz. Para ele, as operadoras da América Latina têm a oportunidade de utilizar a IA para melhorar a oferta de serviços de maneira flexível, gerando impacto social e econômico significativo.
O cenário projetado é de inclusão digital, eficiência e novos modelos de negócio. “Do pequeno ao grande, as possibilidades são infinitas. A tecnologia não é apenas um facilitador, mas um motor de transformação econômica e social”, conclui Casal.
*A jornalista viajou a convite da Intel
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