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Dentro do bunker digital: como o Cyber Fusion Center da Asper projeta o futuro da segurança cibernética

As ameaças cibernéticas já figuram entre os quatro maiores riscos globais, segundo o Global Risks Report 2024, do Fórum Econômico Mundial. O relatório revela que 39% dos respondentes, incluindo representantes dos setores público e privado, apontam os ciberataques como uma das três principais preocupações para os próximos anos, superados apenas pela crise do custo de vida, citada por 42%. O levantamento reforça a gravidade das ameaças digitais em um cenário global cada vez mais dependente de tecnologia e interconectado.

Nesse contexto, visitei o Cyber Fusion Center da Asper, um centro de operações de segurança que funciona ininterruptamente, 24 horas por dia. Lá, analistas se revezam em turnos de 12 horas, com 36 horas de descanso, para monitorar e neutralizar possíveis ataques. Acompanhada por Theo Brazil, diretor de operações da empresa, conheci as tecnologias, estratégias e rotinas que transformam o centro em um espaço onde inovação e vigilância constante são essenciais para antecipar e combater ameaças cibernéticas.

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Durante a visita, Brazil explicou como os SOCs (centros de operações de segurança) combinam monitoramento em tempo real, inteligência de dados e automação. No entanto, ele destacou que isso já não é suficiente. “Os ataques evoluem mais rápido que os métodos tradicionais. Precisamos antecipar comportamentos e agir antes que o problema ocorra”, afirma.

Como uma evolução dos SOCs, o Cyber Fusion Center da Asper utiliza inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de big data para prever padrões e identificar anomalias. Para o executivo, “a ideia não é só reagir, mas atuar antes que o ataque aconteça”.

Outro ponto central da visita foi a discussão sobre threat hunting, ou caça a ameaças. Theo descreveu como a equipe do Fusion Center combina tecnologia avançada com investigação proativa, neutralizando riscos antes que eles se materializem. Em um mundo onde a superfície de ataque aumenta diariamente – incluindo dispositivos IoT e veículos autônomos –, ele enfatiza a necessidade de ampliar a proteção além de computadores e smartphones.

Entre as inovações em destaque no centro de operações estão os sistemas de análise comportamental, que identificam mudanças sutis nos padrões de usuários, permitindo que comportamentos suspeitos sejam detectados ainda nas fases iniciais. O executivo explicou que esse tipo de monitoramento é fundamental para evitar que ataques se expandam de forma silenciosa dentro da rede corporativa. “Estamos olhando para comportamentos, não apenas para eventos isolados. Isso nos permite ver um ataque potencial antes que ele aconteça, o que é um grande avanço no campo da segurança”, afirmou.

Apesar das inovações e avanços no campo da segurança digital, Theo reconhece que o cenário continua desafiador. “Nenhum sistema é infalível, por mais avançado que seja. O que conseguimos oferecer é um nível de defesa muito mais robusto, mas precisamos estar cientes de que, mesmo com tecnologia de ponta, estamos lidando com uma ameaça que também está em constante evolução”, afirmou.

No entanto, para ele, a chave para enfrentar esses desafios é a combinação de tecnologia de ponta com a expertise humana. “A tecnologia por si só não resolve todos os problemas. O conhecimento humano, a experiência dos profissionais e a capacidade de trabalhar de forma colaborativa são essenciais para garantir que as empresas possam responder de forma eficaz e antecipada”, concluiu.

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