Henrique Cecci, diretor sênior de pesquisa do Gartner no AWS Summit
Há menos de dez anos, as empresas discutiam se a nuvem oferecia problemas de segurança. Hoje, diz Henrique Cecci, diretor sênior de pesquisa do Gartner, ninguém mais questiona se a cloud é segura, mas se as companhias estão usando a tecnologia de forma segura. “No futuro, a gente vê que a cloud estabelecerá qual o padrão de segurança em infraestrutura. Ela não será apenas aceita, mas vista como padrão.”
A previsão, feita durante o AWS Summit, realizado em São Paulo nessa quinta-feira (3/8), também revelou que as plataformas nativas de cloud cresceram. De acordo com o executivo, menos de 30% das empresas usam as plataformas e a expectativa é que em 2028, 98% delas usem plataformas nativas de cloud.
“Também teremos mais questões de modernização. Hoje, estima-se que menos de 25% das empresas têm workload na nuvem (dependendo do país estudado). A tendência é que esse número cresça e as companhias modernizem suas aplicações”, frisa Cecci.
O executivo também acredita que o mercado verá mais verticais fazendo parcerias para criar plataformas de negócios na nuvem. A movimentação, diz ele, já é vista em áreas como manufatura, governos e finanças.
Para finalizar, o diretor do Gartner diz que os CIOs e diretores de tecnologia não podem enxergar cloud como antes. A tecnologia deve ser vista como extremamente importante e prioritária, mas que requer um modelo operacional diferente.
Os executivos, segundo ele, também deveriam pensar em:
Mark Schwartz, estrategista empresarial da AWS, subiu ao palco do AWS Summit para falar sobre disrupção. De acordo com ele, vivemos um momento interessante, com capacidades incríveis que não existiam antes. “Temos capacidades tecnológicas. Temos a nuvem, temos IA generativa, temos todas essas coisas que podemos usar para causar grandes mudanças no mundo.”
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No entanto, temos de reconhecer que, por outro lado, estamos em uma época com interrupções constantes. “Portanto, não é apenas uma mudança repentina nas políticas do governo. São coisas como interrupções repentinas na cadeia de suprimentos e falta de habilidades dos funcionários, aumento repentino das taxas de juros e pandemias repentinas”, alerta ele.
Apesar disso, Schwartz acredita que a conjuntura traz grandes oportunidades. Pois, quando as coisas mudam, há oportunidades para as empresas que desejam aproveitá-las. “Uma coisa é ter uma única interrupção, pois todos sobrevivemos a interrupções únicas. Tivemos a crise financeira em 2008 e as empresas descobriram como lidar com isso. Houve uma pandemia e as pessoas descobriram como lidar com ela. Mas é diferente se deparar constantemente com crises e interrupções.”
De acordo com o executivo, existem basicamente três maneiras pelas quais a maioria das empresas responde às interrupções:
“Então, vou sugerir que, para podermos viver e prosperar em um estado constante de disrupção, há três coisas importantes nas quais todos devemos pensar. O primeiro passo é tornar-se resiliente por design. E o que quero dizer é que não queremos estar constantemente respondendo a mudanças e interrupções. Queremos construir uma resiliência para que, qualquer que fosse a mudança, estarmos prontos para isso”, revela.
O segundo princípio do executivo é o propósito, que será uma “estrela do norte” para entender princípios e visões orientadoras. Com o propósito, a empresa evitar ir a diferentes direções ao mesmo tempo.
Finalmente, o crescimento deve ser liderado pela inovação, pois a inovação se torna o fator chave se a companhia está tentando aproveitar as oportunidades que surgem com a mudança. “Quando algo muda, surge uma nova oportunidade de mercado.”
Fábio Napoli, CTO do Itaú Unibanco, esteve presente no evento para dividir a jornada da instituição financeira na nuvem. Conforme os bancos digitais chegavam ao mercado e a tecnologia avançava, ficou claro que o Itaú precisava ser mais rápido do que estava sendo até então. Para isso, pensaram em dois pilares.
O primeiro eles, o modelo organização: tecnologia e negócios foram 100% integrados, dividindo o mesmo objetivo. “O segundo pilar era a tecnologia: modernizar ambientes e plataformas e não simplesmente migrar para nuvem.”
As movimentações para a nuvem começaram em 2017 com uma cloud privada e, após a autorização do Banco Central para uso de nuvem pública (entre 2018 e 2019), foram iniciados os testes com a AWS.
De 2020 a 2022, o banco modernizou e migrou para cloud em escala, com foco em velocidade. Por fim, ainda este ano, o Itaú realizou a organização das stacks de engenharia e a diminuição da carga cognitiva dos times.
De acordo com o executivo, os principais resultados nessa jornada foram:
“Com isso, passamos a desenvolver nossos produtos. A nossa jornada em cloud nos ajudou a incrementar os nossos resultados e habilitou cases como o StackSpot (solução que acelera a criação, distribuição e adição e stacks de tecnologia além de apoiar em tarefas de gerenciamento de cloud)”, comenta ele.
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