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Amazon adia compromissos com novos data centers, segundo Wells Fargo

A Amazon está pausando parte de suas negociações para locação de novos data centers, especialmente com parceiros internacionais, segundo analistas do Wells Fargo em relatório divulgado nesta segunda-feira (21). A informação, obtida por meio de fontes do setor, indica uma reavaliação da empresa em meio às incertezas econômicas e crescentes custos operacionais, conforme reportado pela CNBC.

Apesar da decisão, os analistas destacam que a empresa não está cancelando contratos firmados, apenas adiando conversas para expansões ainda não concluídas. O movimento espelha o de outras grandes empresas de tecnologia. Nas últimas semanas, a Microsoft também sinalizou uma desaceleração em suas iniciativas de construção de data centers em estágio inicial.

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Demanda impulsionada por IA

A Amazon Web Services (AWS) e a Microsoft são as líderes globais em infraestrutura de nuvem e, nos últimos trimestres, vêm aumentando os investimentos para acompanhar a demanda impulsionada pela inteligência artificial generativa.

No entanto, o recente anúncio do governo Trump, nos Estados Unidos, sobre a imposição de novas tarifas sobre equipamentos importados acendeu um alerta no setor, elevando a perspectiva de custos significativamente maiores, ao mesmo tempo em que pode frear o crescimento econômico.

Segundo o relatório do Wells Fargo, há um reposicionamento claro nas duas empresas, que estão “retraindo” novos projetos, embora mantenham compromissos já estabelecidos. As ações da Amazon caíram 25% no acumulado do ano, e as da Microsoft recuaram 15%.

No início deste mês, o CEO da Amazon, Andy Jassy, havia declarado à CNBC que não via a empresa desacelerando a construção de data centers. Em linha com essa posição, Kevin Miller, vice-presidente de data centers globais da AWS, publicou no LinkedIn que a pausa atual faz parte da “gestão rotineira de capacidade” e que não há alterações estruturais nos planos de expansão da companhia.

Pressão regulatória e data centers

Ainda assim, o momento é delicado. Além da pressão regulatória e tarifária, as gigantes de tecnologia têm se comprometido com investimentos bilionários na compra de GPUs da Nvidia e na construção de novas infraestruturas — promessas feitas antes da escalada nos custos gerada pelas políticas comerciais mais agressivas da atual administração.

O Wells Fargo mantém uma classificação neutra, ou “hold”, para as ações da Amazon. A expectativa é de que tanto a empresa quanto a Microsoft divulguem seus resultados trimestrais na próxima semana, o que pode dar mais clareza sobre os rumos dos investimentos em infraestrutura de nuvem diante do cenário macroeconômico desafiador.

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