Aftershoot desembarca no Brasil e promete revolucionar mercado fotográfico com IA

Proposta da empresa é agilizar o trabalho do profissional e garantir mais horas de trabalho em campo

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8:30 am - 20 de janeiro de 2025
Justin Benson, cofundador e CIO da Aftershoot. Foto: Divulgação

Preparem-se, fotógrafos: a era de sacrificar finais de semana mergulhado em milhares de imagens pode acabar em breve. Quem faz essa promessa ousada é Justin Benson, cofundador e CIO da Aftershoot, plataforma que chegou recentemente ao Brasil com uma proposta de automação fotográfica que promete sacudir o mercado. O motivo? Tornar as intermináveis tarefas de seleção e edição de imagens coisa do passado. A ideia não é apoiar os talentos por meio da tecnologia.

Benson, que já rodou pelos bastidores da NBC e da Warner antes de mergulhar de cabeça na fotografia, não mede palavras: “O Aftershoot quer devolver tempo de vida aos profissionais”. E ele não está falando de minutos. Segundo o executivo, em 2024, os usuários das suas ferramentas ao redor do mundo economizaram 13,8 milhões de horas, ou 1570 anos – isso mesmo – em processos de pós-produção.

Brasil como foco estratégico

Por que a empresa escolheu o Brasil? Benson afirma que o país, além de altamente competitivo, apresenta um mercado de fotografia em plena expansão, onde profissionais precisam lidar com volume gigantesco de imagens e ainda entregar qualidade impecável.

“Os fotógrafos brasileiros enfrentam o desafio de gerenciar grandes quantidades de arquivos, mantendo um padrão elevado. Nossa IA carrega esse fardo e libera o profissional para fazer o que realmente importa: criar, prospectar clientes ou até passar mais tempo com a família.”

Essa “versão adaptada” do aplicativo não surgiu à toa, diz. O mercado nacional tem peculiaridades e oportunidades de sobra, garante ele. A Aftershoot decidiu que é hora de mergulhar nesse oceano de flashes e cliques, oferecendo desde seleção automática baseada em 30 fatores técnicos e estéticos, até edição personalizada, que aprende o estilo de cada fotógrafo.

Fim do trabalho manual

A promessa de automatizar boa parte do processo sempre gera resistências. Seria a IA capaz de roubar vagas ou eliminar de vez o toque humano? Benson garante que não. Ele reforça que o software chega para “trabalhar de forma mais inteligente, não mais difícil”, apostando que o verdadeiro diferencial continua sendo o olhar do fotógrafo.

Para ele, enquanto a inteligência artificial cuida do trabalho mecânico de seleção e retoque, a alma criativa permanece intocada — e ainda ganha um tempo extra para florescer.

Proteção de direitos autorais: como fica?

Se tem um fantasma que assombra qualquer fotógrafo ou profissionais criativos é a violação de direitos autorais. Nesse sentido, Benson aponta a maior carta na manga do Aftershoot é o trabalho off-line.

“A ferramenta não precisa de internet para funcionar. Nada é carregado ou enviado para lugar algum.” Em um universo em que plataformas on-line surgem todos os dias, esse diferencial soa provocativo, reconhece ele, e até polêmico. Afinal, ao eliminar o upload, a Aftershoot afirma não só proteger a privacidade, mas também blindar as imagens de possíveis roubos. Uma promessa ousada que pode incomodar concorrentes gigantes que vivem de nuvem e sincronização constante.

De Hollywood passando aos casamentos e depois ao empreendedorismo

A jornada de Benson diz muito sobre a visão do aplicativo. Sua carreira começou no setor de cinema e televisão. Ele começou com a busca de locações para filmes e programas de TV, mas rapidamente evoluiu para registros de arquitetura e, por fim, levou à fotografia de cenários, o que realmente alimentou sua paixão pela fotografia.

“Andar por Nova York todos os dias provocou essa inspiração para contar histórias e capturar momentos. Essa paixão rapidamente se transformou em uma carreira quando me pediram para fotografar o casamento de um amigo da família. Bastou aquele casamento para saber que essa era a carreira que eu queria seguir.”

Nesse momento, ele passou a olhar com mais atenção para a inovação. “Quando me vi editando milhares de fotos até de madrugada, percebi que algo precisava mudar.” Segundo ele, a solução estava na inteligência artificial (IA) para fazer o trabalho pesado, enquanto o ser humano fica com a arte.

Essa experiência de campo fez Benson sentir na pele o que todo fotógrafo passa, o que reforça a proposta de “solução definitiva”. O Aftershoot não quer ser apenas “mais uma ferramenta de edição”, garante. Além da seleção e da edição automatizadas, a empresa já anunciou para o final do ano um recurso de AI Retouching, buscando colocar tudo num só lugar: desde o primeiro clique até o retoque final.

Revolução ou moda passageira?

A aposta do executivo nas ferramentas da empresa é alta. Em 2024, segundo dados da empresa, cada usuário teria economizado em média 31 dias inteiros de trabalho manual com a ferramenta. Para um mercado cada vez mais sedento por agilidade, parece difícil ignorar a tendência. “Quase metade dos fotógrafos hoje lida com 3 mil a 10 mil imagens por sessão. Isso não é sustentável sem automação”, dispara Benson.

Ele também garante que a Aftershoot vai continuar investindo pesado em inovações para o mercado brasileiro e global. O objetivo não é só vender software, mas fomentar toda a comunidade: “Queremos ser lembrados como a marca que economiza tempo, dinheiro e ajuda a expandir o setor de fotografia de forma positiva.”

O que fica agora é a pergunta: estamos prestes a testemunhar a extinção das intermináveis maratonas de pós-produção ou essa é apenas mais uma promessa arriscada em meio ao turbilhão de inovações que surgem a cada semana? A julgar pelo entusiasmo de Benson e os números que ele joga na mesa, o Aftershoot parece disposto a escrever um novo capítulo — e sem pedir licença.

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Déborah Oliveira

Editora-chefe e diretora de Conteúdo do IT Forum, Déborah Oliveira é jornalista com mais de 17 anos de experiência na área de TI. Tem passagens pelas redações da Computerworld, CIO e IDG Now!. Bacharel em Jornalismo, com graduação executiva em Marketing, e MBA em Marketing. Em 2018, foi vencedora do prêmio de melhor Jornalista de TI no Brasil, do Cecom. Em 2019 e 2020, foi destaque do mesmo prêmio na categoria Telecom. É uma das autoras do livro “Da Informática à Tecnologia da Informação – Jornalistas Contam Suas Histórias”, pela editora Reality Books, lançado em 2020.

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