ABES avança para nova etapa do Plano Brasil Digital 30+

Associações formataram indicadores para os seis pilares estratégicos do plano, agora em processo de criação de PMO's

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1:55 pm - 13 de maio de 2025
Imagem: Shutterstock

Quase um ano após a entrega do Plano Brasil Digital 30+ para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), sob a liderança do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) e com apoio da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), anunciou mais um avanço na concretização do projeto.

Na última quarta-feira (7), membros de diferentes organizações do setor de Tecnologia e Indústria se reuniram em um evento online para falar das etapas já cumpridas. Entre os presentes estavam Laércio Cosentino, presidente do conselho da Brasscom e conselheiro do CDESS; Gloria Guimarães, conselheira do CDESS e ex-presidente do Serpro; Rodolfo Fucher, vice-presidente do conselho da ABES e conselheiro do CDESS; e o presidente da ABES, Andriei Gutierrez.

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Durante a conversa, os integrantes revelaram que o plano conta agora com cinco associações filiadas, pretendendo chegar à 13. São elas: Brasscom, Confederação Nacional das Indústrias (CNI), FIESP, Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB) e a Febraban. De acordo com a ABES, no novo momento, os pilares estratégicos antes estabelecidos, agora possuem indicadores e entidades responsáveis por cada um deles, sendo elas:

  1. Infraestrutura para a transformação digital: traz para o plano o objetivo de tornar o Brasil um parque de data centers e promover a transformação digital dentro das escolas. Ambos os objetivos estão sendo liderados pela Brasscom e a CNI;
  2. Tecnologias estratégicas: coordenado pela Febrabam, este pilar buscará trazer ainda mais foco para os investimentos em inteligência artificial (IA) e cibersegurança no país;
  3. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação: em parceria com diversas universidades, as associações do Plano pretendem incentivar projetos de computação quântica, robotização e criptografia;
  4. Educação e capacitação digital: neste pilar, a FIESP irá liderar iniciativas para crescer o número de pessoas formadas em STEM e aumentar a média de notas obtidas no ENEM;
  5. Inclusão social e digital: com o auxílio do Governo, as associações pretendem aumentar os índices de letramento digital no país, utilizando como parâmetro o número de pessoas usando o portal Gov.br.
  6. Ambiente de negócios: sem liderança definida, este pilar tem como indicar principal a entrada de investimento externo em processos digitais no Brasil.

Segundo Gloria Guimarães, cada um dos indicadores foi criado a partir de projetos que já estão sendo executados e, neste momento, as associações tem se reunido semanalmente para criar uma estrutura de acompanhamento do avanço dessas metas. “Nós não queremos reinventar a roda. O Brasil já investe em muita coisa. O que queremos é pegar propostas que já existem e colocá-las embaixo desses objetivos, para trazer sinergia ao que o país está criando.”, afirmou.

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O Conselho tem trabalho ainda na articulação para entrada de novos associados institucionais, com foco maior em buscar entidades com forte penetração nas áreas de agronegócio e saúde. Em sua fala durante o evento, Cosentino, presidente do Conselho da Brasscom afirmou também que o Plano irá defender e fomentar o open health e o open finance. “A abertura de dados é fundamental para nós. Com certeza esse item será abordado, porque barateia os custos”

O executivo ressaltou que a transformação não acontecerá “da noite para o dia” e que o objetivo do projeto é dar ao Brasil um plano de país. “Se nós queremos não ter mais Bolsa Família um dia, precisamos capacitar as pessoas e elas precisam trabalhar nessa transformação digital.”

Relembrando

No final de 2023, a Brasscom organizou, sob a liderança do Conselho e com apoio da Abes, uma iniciativa estratégica para posicionar o Brasil como um player global em tecnologia, por meio do Plano Brasil Digital 2030+. O projeto visa atender às demandas governamentais, sociais e empresariais e fomentar oportunidades de negócios para todo o mercado nacional, a partir de uma visão alinhada e sinergética do país.

Em sua primeira fase, os agentes criadores do Plano realizaram uma consultoria com a multinacional Oliver Wyman, que contribuiu com uma análise detalhada do cenário tecnológico brasileiro e internacional. Em seguida, a Brasscom e o Conselhão realizaram roadshows, promovendo discussões entre representantes do governo e da sociedade civil para compreender o que cada um desejava e via para o país.

As duas etapas culminaram na entrega do documento final, com os seis pilares estratégicos inclusos, ao presidente Lula, em junho de 2024, e tem estado em andamento desde então.

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Bella Winckler Matrone

Bella Winckler Matrone é repórter do IT Forum. Formada em jornalismo pela PUC-Campinas, desde 2018 se dedica a pautas ligadas à temas ESG, com forte ênfase ambiental. Possui passagens pela TV Record e assessorias de imprensa de instituições como a CUFA (Central Única das Favelas) e a Garena, com o jogo Free Fire. Atua no IT Forum, cobrindo tecnologia e inovação, desde 2024.

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