A startup chinesa DeepSeek. Imagem: Reuters
O lançamento de um novo modelo de inteligência artificial (IA) raramente causa grandes impactos fora dos círculos especializados. No entanto, o DeepSeek gerou reações significativas, incluindo oscilações no mercado financeiro e debates sobre os rumos da tecnologia. Com o passar das semanas, o cenário se estabilizou, mas as discussões em torno da IA continuam. A seguir, três aspectos que devem influenciar o setor no longo prazo, segundo análise do MIT Technology Review.
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O DeepSeek se destacou por sua eficiência energética no treinamento, mas seu processo de inferência — a fase em que responde perguntas — exige mais eletricidade do que modelos convencionais. Isso ocorre porque ele utiliza a técnica chamada chain-of-thought (cadeia de pensamento), que divide problemas complexos em etapas lógicas antes de apresentar uma solução. Esse método melhora o desempenho em áreas como matemática e programação, mas aumenta o consumo de recursos computacionais.
Especialistas temem que a adoção crescente do DeepSeek em diferentes aplicações possa levar a um uso excessivo de energia para tarefas simples, que poderiam ser resolvidas por modelos mais enxutos. O debate sobre a alocação de recursos energéticos para IA deve ganhar força à medida que mais empresas incorporam essa tecnologia.
O DeepSeek trouxe inovações na forma como modelos de IA são treinados. Além de aprender com grandes volumes de dados, ele adotou métodos semelhantes aos usados pelo Google DeepMind em 2016 para ensinar uma IA a jogar Go. Isso inclui a simulação de diferentes cenários para que o próprio modelo avalie os melhores caminhos de resposta.
Essas abordagens, que foram documentadas no código aberto do DeepSeek, podem influenciar a estratégia de outras empresas do setor. O uso de aprendizado por reforço com feedback humano, técnica amplamente empregada na indústria, também deve se beneficiar dessas novas implementações.
A decisão de disponibilizar o modelo do DeepSeek de forma aberta intensificou discussões sobre a transparência na IA e a competitividade global. Algumas empresas argumentam que o código aberto pode democratizar o acesso à tecnologia, enquanto outras alertam para riscos, como o uso indevido por atores mal-intencionados.
Figuras influentes do setor, como Sam Altman, CEO da OpenAI, indicaram que essa abordagem pode exigir uma nova estratégia para equilibrar inovação e segurança. Paralelamente, o governo dos EUA vê o avanço de modelos como o DeepSeek como um alerta sobre a necessidade de controlar a exportação de chips avançados para a China, reforçando políticas de restrição tecnológica já em vigor.
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