Somente 10% das empresas brasileiras estão prontas para a IA generativa

Falta treinamento para funcionários e intimidade de gestores com segurança e privacidade, diz a advogada Gabrielle Ribon

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9:59 am - 01 de outubro de 2024
Imagem: Shutterstock

Somente uma a cada 10 empresas brasileiras está preparada para cumprir regulamentações relativas à IA generativa. O motivo é, principalmente, a falta de intimidade dos gestores com temas como segurança e privacidade de dados.

É o que indica um estudo recente feito pelo SAS e conduzida pela Coleman Parkes com 100 executivos brasileiros tomadores de decisão em IA generativa e data analytics, de empresas de diferentes setores e portes. O estudo completo ouviu 1.600 gestores em 21 países entre fevereiro e abril de 2024.

Apenas uma em 20 organizações brasileiras oferece treinamento de alto nível sobre governança e monitoramento de ferramentas de IA, o que as impede de garantir um uso ético e seguro das soluções, diz o estudo.

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Gabrielle Ribon, advogada e mestranda em inovação e empreendedorismo pela Universidade de Edimburgo, explica que o desafio nas empresas brasileiras está na complexidade de unir as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ao uso da IA generativa. “A LGPD impõe restrições e obrigações rigorosas quanto ao uso e armazenamento de dados pessoais, não importando o tamanho da empresa”, diz.

O levantamento também aponta que 98% das empresas não têm estrutura de governança abrangente para GenAI e menos de uma em 20 tem um sistema confiável para medir vieses (4%) e riscos de privacidade (4%) em LLMs. Mais de oito em cada dez organizações (84%) não são capazes de monitorar continuamente os sistemas de GenAI.

“Não ter uma estrutura de governança abrangente para IA e GenAI expõe pequenas, médias e grandes empresas a penalidades severas caso ocorram violações de dados”, diz a especialista.

Atraso de implementação da IA generativa

A pesquisa constatou também que empresas brasileiras estão abaixo da média mundial no uso da IA generativa. Globalmente, 54% dos executivos ouvidos disseram que já estão usando ou em fase de implementação da tecnologia, enquanto no Brasil esse percentual é de 46%.

“Embora em desenvolvimento, a infraestrutura tecnológica brasileira ainda é limitada em comparação com grandes mercados globais. O alto custo de GPUs e a demanda crescente por energia computacional são barreiras para empresas que desejam competir no desenvolvimento de suas próprias soluções de IA, por exemplo”, diz a advogada.

Para a especialista, a adoção da IA generativa e a conformidade com a LGPD são tarefas complexas, especialmente para empresas menores. “No entanto, com um planejamento estratégico adequado, políticas claras e o apoio de ferramentas tecnológicas eficientes, é possível para as empresas navegarem nesse novo cenário com mais segurança, competitividade e respeito aos dados dos usuários”, diz.

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Redação

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