“Nosso maior concorrente é o fogão”, diz CEO do iFood
A iFood chegou há seis anos no boom do uso dos smartphones com a promessa de realizar pedidos em diversos restaurantes, sem ter de ligar para o estabelecimento e ainda acompanhar o status do pedido pelo celular. Um verdadeiro sonho, especialmente para a geração Millennium, avessa às chamadas de voz.
Rapidamente, o app caiu nas graças das pessoas. Os números da empresa dão uma dimensão do seu sucesso. Na App Store, da Apple, e no Google Play, o aplicativo tem nota de 4,6, de um máximo de 5. Somente na loja do Google foram mais de 800 mil downloads. Além disso, já são 8 milhões de pedidos mensais em todo o Brasil e a expectativa da companhia é, naturalmente, ampliar a marca.
Esse cenário tem feito o iFood saltar três dígitos somente em solo nacional, expansão que deverá ser sustentada por muitos e muitos anos, garantiu Carlos Eduardo Moyses, CEO do iFood, em conversa com a Computerworld Brasil. Segundo ele, o apetite para crescer pode ser ainda maior, visto que o iFood tem agora operações no México, Colômbia e Argentina.
Mas o que está por trás do sucesso do iFood, que tem tudo para ser o próximo unicórnio nacional? Moyses, que assumiu como CEO há pouco mais de um ano, mas atuava anteriormente como CFO da empresa. Ele contou que o iFood tem atuado para manter e acelerar o bom trabalho feito pela companhia nos últimos anos. “Manter o espírito empreendedor foi fundamental. O iFood chegou com a proposta de revolucionar a alimentação aliada a uma vida prática e prazerosa”, disse.
O executivo acredita que o fato de ter atuado alguns anos como CFO o ajudou bastante em sua atual função, especialmente porque ele já era próximo da operação e das decisões de negócios. “Estive envolvido na expansão internacional do iFood e em aquisições. Situações que contribuíram para eu conhecer profundamente os negócios e sua dinâmica.”
O sucesso do iFood, disse, está em muitas frentes. Uma delas está no fato de contar com investidores que olham o longo prazo – até hoje, o iFood já recebeu cinco rodadas de investimentos, que somaram quase R$ 240 milhões.
Outro elemento fundamental, segundo o executivo, é manter a chama da inovação sempre acesa e a cultura empreendedora. “Além disso, sempre mantemos restaurantes parceiros engajados, ajudando-os a operar melhor. Com tecnologia, conseguimos alavancar muito os negócios dos parceiros”, comentou. Com essa postura, Moyses disse que é claro o crescimento desses estabelecimentos, que passam também a atuar com excelência.
Concorrência acirrada?
Engana-se quem pensa que o telefone ou até mesmo outros apps, como Uber Eats e Rappi, são os concorrentes do iFood. Seu competidor, revelou o CEO, é analógico. “Nosso maior concorrente é o fogão. Pessoas cozinhando em vez de comprar no iFood”, sentenciou. “Quando incluímos restaurantes no app, canibalizamos pouco o telefone, porque levamos valor.”
Na visão do executivo, o mercado de entregas ainda tem muito para se desenvolver e crescer. “O cenário de restaurantes com plataforma própria vai acontecer. Esse mercado tem competição, mas temos responsabilidade como pioneiros nesse negócio para desenvolver e revolucionar o mercado e mudar o comportamento de consumo.”
Adeus cozinha. Oi delivery
Moyses avaliou que há uma forte tendência de as pessoas trocarem a cozinha pelo delivery, não só pela variedade, como também pela intenção crescente de as pessoas morarem em apartamentos menores com cozinhas pequenas.
Hoje, o iFood oferece 28 tipos de cozinha e, se antes, o serviço de entregas de comida em geral tinha um grande volume aos domingos, com a tradicional pizza, o cenário mudou. “Grande parte das entregas hoje é de lanches”, disse.
Apoio aos estabelecimentos
Quem usa o iFood muitas vezes nem imagina o apoio que a empresa realiza com os estabelecimentos, fundamentais para o sucesso do app. “Estamos próximos de restaurantes para ajudar no desenvolvimento de embalagens”, exemplifica o executivo. Há ainda o iFood Shop, que facilita a compra de suprimentos por parte dos restaurantes e gera até 20% de economia na aquisição de embalagens.
A proximidade com os restaurantes, afirmou Moyses, está atrelada também à experiência possibilitada pelo app. “Entendemos como o restaurante funciona e seu dia a dia. Por trás disso, a tecnologia é tudo para nós. Levamos o pedido digital para os estabelecimentos, evitando erros de digitação e no pedido. Isso gera eficiência.”
A tecnologia, ponto nevrálgico da operação do iFood, é totalmente desenvolvida dentro de casa, com time próprio. “Vamos dobrar os esforços em tecnologia, mantendo a inovação e o crescimento dos negócios”, avisou.
DNA de startup
Com projeção de crescimento agressiva, o iFood certamente enfrentará o mesmo que muitas startups que saltaram exponencialmente: ampliar os negócios, mas manter a cultura ágil, errar rápido, contudo resolver na mesma velocidade. Moyses entende que essa é uma necessidade premente e que faz parte do desafio da empresa, mas revela que a companhia tem sido bem-sucedida na iniciativa.
Vários exemplos poderiam ser citados pelo executivo, mas um recente é bastante emblemático. Há algumas semanas, um bug no sistema do iFood liberou de forma equivocada descontos ilimitados, permitindo que as pessoas realizassem quantos pedidos gratuitos preferissem no app.
Rapidamente, ao perceber o erro, o iFood solucionou a questão e chegou a brincar no Twitter com o ocorrido na manhã do sábado, diante da repercussão do bug. “Eu fui fotografado estacionando no Leblon pra ter tanta mention no sábado de manhã? ?”, dizia o post.
“No mundo atual, pautado pelas redes sociais, não podemos ficar para trás. Temos de agir rápido. Já tive experiência de atuar no mundo tradicional. O das startups é mais acelerado, conectado o tempo todo, uma demanda do mundo atual. Para uma empresa nova, é importante se manter conectado e rápido nas tomadas de decisão e ações para conseguir se desenvolver rapidamente”, deu a dica o executivo à frente de uma operação bem-sucedida.
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