Negócios no Brasil serão afetados com reforma tributária dos EUA

Os Estados Unidos acabam de aprovar a maior revisão de suas normas tributárias dos últimos 30 anos. Os impactos dessa reforma tributária vão além das fronteiras norte-americanas, podendo alterar a competitividade e os investimentos globais, incluindo a economia brasileira.

Fernando Giacobbo, sócio da PwC Brasil, diz que a principal mudança está na redução da alíquota de Imposto de Renda para empresas, que cairá de 35% para 21%. “Com o imposto menor, os Estados Unidos serão mais atraentes para os investidores e os produtos produzidos lá ganharão competitividade no comércio global.”

Outra mudança importante é que as empresas norte-americanas também serão incentivadas a repatriar lucros dos seus investimentos no exterior, inclusive no Brasil, o que exigirá delas uma reanálise das suas estruturas de capital, como também fluxo de caixa.

Reforma tributária afetará câmbio

A reforma fiscal deve afetar o câmbio, já que o fluxo de recursos para os Estados Unidos poderá provocar valorização do dólar, tendo em vista que o aumento da remessa de lucros fomentará a demanda pela moeda americana.

Para Priscila Vergueiro, sócia de International Tax Services da PwC, a redução do imposto de renda das empresas nos Estados Unidos, conjugada com outras medidas de incentivo à produção local, pode tornar os produtos norte-americanos mais atrativos.

“O aumento da competitividade terá reflexos na estratégia de investimentos e produção de multinacionais americanas. Investir nos EUA ou no exterior, bem como produzir lá ou cá, são alguns dos aspectos que deverão ser repensados em decorrência dessa nova realidade”, comenta Priscila.

Novo imposto

As empresas brasileiras poderão sofrer impacto em sua competitividade em razão da criação do BEAT, um novo imposto que onerará as importações nos Estados Unidos.

“O BEAT tende a reduzir as importações nos EUA e faz parte das medidas de incentivo à atividade produtiva naquele país, o que poderá trazer impacto a empresas brasileiras que exportam para lá, na medida em que o aumento no custo de importação levará à reavaliação da cadeia de suprimentos”, diz Giacobbo.

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