Não damos atenção aos concorrentes de cloud, afirma chairman da Oracle
“Estamos no meio de uma mudança com a nuvem, não menos importante que a mudança para a computação pessoal”. Foi assim que Larry Ellison iniciou seu discurso durante a abertura no Oracle OpenWorld 2015, evento anual da empresa para parceiros e clientes, que acontece entre os dias 25 e 29 de outubro, em São Francisco (EUA). Para ele, o mundo de cloud computing parece que ainda está dando seus primeiros passos, quando “as empresas não valem mais bilhões de dólares, mas sim milhões”, observou.
Durante sua apresentação, Ellison contou sobre quando a companhia decidiu iniciar sua empreitada para a nuvem, com o projeto Fusion, há cerca de dez anos. “Foi um trabalho extenso”, sintetizou. Segundo ele, nessa jornada, a empresa percebeu que, se queria oferecer software como serviço, também teria de entrar no mundo de plataforma e infraestrutura como serviço – “e é onde estamos agora”, afirmou Ellison, completando depois que a companhia está em todas as camadas da nuvem e que eles possuem mais aplicações em nuvem do que qualquer outra empresa.
Nesse meio tempo, surgiram concorrentes como Salesforce.com e WorkDay, no mundo de SaaS; Microsoft na parte de PaaS, e Amazon Web Services (AWS) em IaaS. Sim, o chairman não só não incluiu tradicionais concorrentes da empresa como SAP e IBM na lista, como também disse que “não damos qualquer atenção a eles”. “Você não os vê e isso é um choque”, alfinetou o executivo, conhecido por sempre falar com esse tom em suas apresentações.
Apesar das alfinetadas, Ellison lembrou que a jornada no mundo de cloud deve sempre ser voltada à facilidade e à inovação. “Temos de trabalhar duro para mantê-los como cliente, porque vocês têm escolhas”, afirmou o chairman.
Uma das vertentes que a empresa tem trabalhado é ajudar empresas a tornar processos mais automáticos. “A automação é essencial, não somente para cortar custos, mas também para eliminar erros”, afirmou o executivo, completando que a empresa desenvolve soluções fáceis de usar e de aprender, com o intuito de aumentar a produtividade.
Ele também acredita que soluções on premise permanecerão pelo próximos anos nas empresas, mesmo que se torne parte pequena do negócio. “Essa será uma transição demorada”, disse. “Durante uma década de existência, as pessoas irão gerenciar ambos on premises e cloud.”
Ainda de acordo com o executivo, a Oracle tem meta agressiva de mais que dobrar as vendas em SaaS e PaaS nos próximos dois anos, passando dos US$ 436 milhões para US$ 1,5 bilhão – passando também por cima da Salesforce.com, com seu planejamento de US$ 1 bilhão no mesmo segmento.
Segurança
Outro tema ressaltado durante a apresentação foi a parte de segurança – ponto em que as empresas pecam muito, por não dar tanta atenção, de acordo com Ellison. “As pessoas compram ferramentas de segurança, mas não as colocam para funcionar. Quando é instalado um software, ele não deveria ter um botão de ‘liga e desliga’, ele deveria estar sempre ligado”, disse. “É preciso mudar nosso pensamento com relação à segurança e assegurar que nossas tecnologias irão prevenir uma invasão”, especialmente em um momento em que dados estão crescendo exponencialmente e, como consequência, o risco também aumenta na mesma medida.
Para ele, a solução seria implementar a segurança desde a base, na parte mais profunda da infraestrutura, passando por chips e hardware. O tema deve ser aprofundado em uma apresentação posterior programada para terça-feira (27/10).
*A jornalista viajou a San Francisco a convite da Oracle