O ano de 2013 foi avaliado por Marco Stefanini, CEO global do Grupo Stefanini, como difícil, quando atingiu crescimento de 11%, abaixo da meta estabelecida de 15%. Na avaliação do executivo, as previsões mostram que 2014 repetirá a marca de 11%, com faturamento de R$ 2,35 bilhões.
Igualmente complexo, este ano também foi marcado pelas turbulências provocadas mais uma vez pelas indefinições econômicas em um cenário de Copa do Mundo e de Eleições. Mas o comandante prevê um 2015 de resultados ainda mais tímidos para a empresa, por volta de 10% de crescimento.
Ainda assim, Stefanini acredita que a estratégia de ir às compras em 2015 vai fortalecer a atuação da empresa dentro e fora do País e contribuir para o atingimento de metas, mantendo a expansão sempre presente na lista de prioridades. Na visão de curtíssimo prazo, está um salto agressivo em 2016.
Para isso, a integradora nacional de tecnologia da informação vai investir fortemente na internacionalização e na compra de negócios não só no Brasil, mas também em outros países. “Vamos voltar a fazer aquisições em 2015. Neste ano, estivemos mais tranquilos nesse sentido, mas vamos retomar dentro e fora do Brasil”, garante o CEO.
Stefanini não revela nenhuma estratégica mágica para as compras. Elas serão balizadas pela necessidade de expansão de portfólio ou fortalecimento da atuação, mesmo em segmentos que já dominam, não esquecendo, claro, as oportunidades de negócios que poderão surgir ao longo dessa jornada.
“Nossas aquisições seguem essa linha, assim como foi com a Orbitall, adquirida em 2012”, completa. Segundo ele, a Stefanini não mira, atualmente, companhias nacionais ou indianas, por acreditar que por lá a integradora é uma opção e não uma concorrente, mas a China está sob os olhares atentos do CEO.
De sacolas nas mãos, o executivo acredita que as aquisições vão impactar diretamente no balanço da receita em três anos. Hoje, 60% são provenientes do Brasil e 40% de fora. A ideia é equilibrar essa equação para 50% em cada ponta. “Queremos aumentar nossa taxa de internalização e apesar da nossa forte estrutura, ainda há muito espaço para crescer. Estados Unidos e Europa ainda têm pequena representatividade em nossa operação, por isso são grandes filões”, pontua.
A Stefanini tem presença em 34 países, com 85 escritórios em 77 cidades. Dos 18,4 mil funcionários, quase 11 mil estão no Brasil. De acordo com o CEO, a Europa teve destaque nos negócios em 2014, registrando crescimento de 20%. No continente, onde a Stefanini marca presença em 14 países, a Alemanha ficou em evidência em razão do investimento em manufatura e a Romênia superou nas entregas. Foram mais de cem projetos nos últimos dez anos, enumera o CEO.
A Ásia, segundo ele, mostra-se como importante pilar para os negócios da Stefanini no longo prazo. Presente na China, Filipinas, Índia e Tailândia, a Stefanini enxerga potencial na região e quer replicar na Malásia o modelo de negócios das Filipinas, que conta hoje com 800 profissionais e deverá somar, até o final de 2015, 1,2 mil funcionários.
Eficiência operacional em foco
O turbulento cenário econômico desenha novas oportunidades e a Stefanini acredita que as empresas irão buscar ainda mais a meta constante de eficiência operacional. O velho jargão de fazer mais com menos protagonizará o universo corporativo em 2015.
A busca por tecnologias que garantam essa conquista estará presente na lista de prioridades das empresas. “Entendemos que TI é fundamental para promover eficiência em cenários adversos, especialmente para fortalecer a competitividade”, constata o executivo, que empunha o conceito de Business Consulting como diferencial a ser apresentado fortemente aos clientes que querem atingir eficiência operacional.
“Nossa área de negócios oferece análises sobre os negócios em cada um dos mercados de atuação, com foco em verticais para tornar as tomadas de decisão tecnológica e de negócios mais assertivas”, diz, acrescentando ser dessa forma que a empresa contribuirá para a transformação dos negócios.
Aposta em meios de pagamento
A Stefanini continua com forte presença no setor financeiro, garante o CEO da empresa. Representa a maior fatia dos negócios e teve seu reforço em 2012 com a compra da Orbitall, processadora independente de meios de pagamento.
Com o objetivo de acelerar os negócios da Orbitall, a Stefanini anunciou no ano passado investimento da ordem de R$ 150 milhões. Segundo Marcos Monteiro, CEO da Orbitall, R$ 6 milhões foram direcionados para a abertura da filial em Campina Grande, na Paraíba. Além disso, a companhia estabeleceu parceria com First Data, Avaya e IBM, esta última para migração do data center para sua estrutura em Hortolândia, com contingência em São Paulo.
A aliança com a Avaya, diz Monteiro, vai permitir que a Stefanini passe a operar seus serviços de atendimento com plataforma da fabricante. Já a First Data entra com a solução de processamento da Orbitall.
Entre previsões otimistas e realistas a Stefanini segue com estratégias que vêm garantindo o equilíbrio em cenários adversos, apontando para um reforço bastante aguçado para o diferencial do oferecimento de consultoria de negócios especializada, que ajudará a proporcionar aos clientes um caminho mais confortável para a eficiência operacional.