Musk pode estar perto de recuperar seu investimento bilionário no X

Plataforma de mídia social volta a atrair anunciantes e pode alcançar o valor pago por Musk na compra

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4:18 pm - 21 de fevereiro de 2025
Imagem: Shutterstock

Quando Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro de 2022, muitos consideraram um grande exagero no preço. Após mudanças drásticas na empresa, que geraram turbulência e afastaram anunciantes, o valor da plataforma despencou.

No entanto, pouco mais de dois anos depois, Musk pode estar próximo de reverter essa situação. Segundo a Bloomberg e a CNN, o X (novo nome do Twitter) estaria negociando uma nova rodada de investimentos que avaliaria a empresa exatamente pelo mesmo valor pago por Musk.

Apesar de fontes próximas afirmarem que as negociações ainda podem não se concretizar, o cenário aponta para uma recuperação. Empresas que haviam deixado de anunciar na plataforma, preocupadas com o aumento de discursos de ódio e a exibição de suas marcas ao lado de conteúdos extremistas, estão voltando. Amazon e Apple, por exemplo, retomaram campanhas no X, indicando um possível reposicionamento da plataforma no mercado publicitário.

Outro fator que impulsiona essa recuperação é a participação do X na empresa de inteligência artificial (IA) xAI, também de Musk, que busca avaliação de US$ 75 bilhões em uma rodada de investimentos.

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Influência política de Musk e impacto no X

A recuperação da plataforma pode estar ligada não apenas às mudanças na empresa, mas também ao próprio Musk. Como figura influente na política norte-americana, sua proximidade com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, fortaleceu sua posição. Desde que Musk assumiu um papel como funcionário especial do governo Trump, o X voltou a ser um dos principais canais de debate político e um espaço essencial para acompanhar as movimentações da Casa Branca.

Especialistas avaliam que investidores no X estão apostando mais no papel de Musk do que na própria viabilidade da empresa. Isso se assemelha ao que ocorre com a Truth Social, rede social de Trump, que tem valor de mercado de mais de US$ 6 bilhões, apesar de uma receita anual modesta.

No último ano, Musk usou a plataforma para reforçar seu apoio a Trump e atacar políticas do governo Biden, promovendo teorias conspiratórias e ampliando a retórica contra pautas progressistas. Com Trump novamente no poder, o X se fortaleceu como um canal essencial para acompanhar o governo. Segundo Dan Ives, analista da Wedbush, a reeleição de Trump pode ter dobrado o valor de mercado da empresa.

Do caos à recuperação

O renascimento do X contrasta com a situação da empresa nos últimos anos. Em outubro de 2024, a Fidelity avaliou a plataforma em apenas 20% do valor pago por Musk. Em dezembro, essa estimativa subiu para 30%, mas ainda bem abaixo do investimento original.

Desde que assumiu o controle do Twitter, Musk implementou uma série de mudanças radicais, demitindo cerca de 80% da equipe, restabelecendo contas banidas por discurso de ódio e modificando o sistema de verificação da plataforma. Essas ações geraram críticas e afastaram anunciantes, o que impactou diretamente a receita da empresa.

Além disso, Musk confrontou publicamente grandes marcas. Em um evento de negócios em 2023, ele atacou o CEO da Disney, Bob Iger, que havia retirado anúncios do X, dizendo aos anunciantes que abandonaram a plataforma.

O X também processou o Center for Countering Digital Hate (CCDH), organização que denunciou falhas da plataforma no combate ao discurso de ódio. Um juiz federal rejeitou o processo, afirmando que a empresa de Musk estava tentando punir o grupo por exercer seu direito à liberdade de expressão.

Futuro do X ainda é incerto

Apesar dos sinais de recuperação, o X ainda está longe de alcançar a visão de Musk para transformá-lo em um “aplicativo para tudo”, nos moldes do WeChat na China. No mês passado, a plataforma anunciou uma parceria com a Visa para oferecer carteiras digitais, mas o projeto ainda está em estágio inicial.

Além disso, a plataforma continua enfrentando desafios técnicos, como falhas recorrentes na ferramenta de conversas por áudio, Spaces, mesmo em momentos de grande audiência.

Embora a redução de custos promovida por Musk tenha melhorado a lucratividade do X, ainda é difícil medir seu real impacto financeiro, já que a empresa se tornou privada e não divulga mais seus resultados publicamente.

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Redação

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