Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil desde julho de 2015, conhece como ninguém a empresa. Antes de conquistar o posto máximo na fabricante, ocupou diversas posições em dez anos na Microsoft e teve duas experiências externas, uma no Facebook e outra na Apple, somando três anos longe da gigante de Redmond, nos Estados Unidos.
Nesse tempo, muita coisa mudou na Microsoft. A empresa voltou-se para a nuvem, passou a abrir seus sistemas, criar produtos, de fato, interpretáveis e conquistar importante fatia de pequenos e médios negócios. “Meu desafio é mostrar, de forma consistente, quem é a nova Microsoft”, contou a executiva ao IT Forum 365, acrescentando que a empresa empunha agora a bandeira de serviços e não mais produtos. “Queremos contar essa história e como isso pode beneficiar o mercado.”
A transição já é absorvida pelos clientes. Paula contou que na loja on-line da Microsoft nove a cada dez Offices são vendidos como serviço. A nuvem da empresa, a Azure, tem saltado três dígitos e mais de 60% do mix em pequenos e médios negócios é em serviço.
Essa virada na estratégia chegou com um aprendizado para Paula: a mudança cultural. “Como mudar a cultura de modelo de vendas de produto para serviço? Isso requer que pessoas mirem o cliente, não sejam mais transacionais, mas, sim, relacionais. Foi um aprendizado gigante”, refletiu.
Ela lembrou que a companhia tem histórico bem-sucedido tanto no mercado de consumo quanto corporativo e com isso há um legado importante. E é exatamente esse legado, garante Paula, que permite com que a Microsoft transforme a si e a seus clientes. “Conseguimos dentro da estratégia dele preservar o que é necessário e migrar o que é possível, com o olhar para a cloud”, ressaltou.
Ela garante que os clientes têm visto essa virada de forma positiva. Essa opinião, inclusive, se podia ouvir entre os clientes presentes do Latam CXO Forum, realizado nesta semana em Miami (EUA). “Antes, a Microsoft tirava pedido. Agora, ela realmente entende nossas necessidades e se posiciona como parceira”, contou um dos participantes do encontro.
Horizonte positivo
Depois de completar mais de um ano de volta à casa, Paula faz um balanço do últimos 12 meses e definiu 2016 como desafiador, mas de muitas conquistas. “Conseguimos materializar nossa ambição em torno da transformação digital. Mostramos nosso compromisso com o cliente e somos agora reconhecidos por sermos mais abertos”, resume.
A executiva listou uma série de exemplos nesse sentido, como o fato de a nuvem da Microsoft, a Azure, rodar Linux. “Também compramos empresas móveis para acelerar essa estratégia.” Além disso, foi um ano em que Paula consumiu grande parte de seu tempo com clientes e a proximidade com eles foi destaque.
A visão da executiva para a economia é positiva e de crescimento dos negócios para os próximos meses. A Microsoft Brasil não abre números locais, mas Paula afirmou que a receita com Azure dobrou em todo o mundo, dando pistas de que o salto expressivo também foi registrado em solo nacional.
Segundo ela, otimização dos processos era o foco no ano passado para os clientes da empresa e agora essa estratégia ganha fôlego e passa a agregar eficiência e inovação. “Esse é o mind set da transformação”, observa, acrescentando que o mercado em geral está passando por uma revolução sem precedentes, com quebras de paradigmas, que impactam todas as áreas da sociedade e a base dessa mudança acontece graças à nuvem.
Ela citou uma série de exemplos nesse sentido, como a Secretaria de Educação de São Paulo, que usou a nuvem para reduzir custos, conquistando ganho de eficiência entre 30% e 40%. “Esse caso é emblemático, porque contribuiu significativamente para otimização das operações”, comemorou.
Paula também destacou o caso de sucesso da Sociedade Esportiva Palmeiras, que apostou no sistema de gestão de relacionamento com o cliente (CRM, na sigla em inglês) da Microsoft para se conectar com fãs do clube e tornar mais assertivo o contato com eles. A presidente da Microsoft Brasil lembrou, ainda, do portal oficial dos Jogos Rio 2016, totalmente baseado na Azure, e que conectou quase 47 milhões de usuários no mundo e registrou cerca de 200 mil requisições por segundo (que incluem acessos e cliques), em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e francês) e em diferentes dispositivos.
Paula sabe que o trabalho de mudar a empresa e ajudar seus clientes nessa jornada não tem data para acabar. Afinal, com o mercado em constante evolução, não adaptar-se pode gerar risco de desaparecimento da companhia. Mas nem de longe esse é um fardo para ela. “Nossa história segue e ainda temos muita coisa para fazer para nos transformarmos”, concluiu.
*A jornalista viajou a Miami (EUA) a convite da Microsoft
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