Meta vai eliminar 5% dos postos de trabalho para focar em IA e enxugar estrutura

Cortes atingem cerca de 4 mil funcionários e acompanham mudanças internas em divisões como Reality Labs e Messenger

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12:01 pm - 10 de fevereiro de 2025
Imagem: Shutterstock

Mark Zuckerberg decidiu que a Meta precisa ser mais enxuta. O bilhão gasto com IA tem que vir de algum lugar. A empresa começa a cortar milhares de funcionários, e o medo se espalha pelos corredores virtuais do Facebook, Instagram e WhatsApp.

A medida afeta cerca de 5% da força de trabalho da companhia. Em números absolutos, isso significa quase 4 mil funcionários dispensados. Os cortes atingem diferentes regiões do mundo, incluindo Estados Unidos, Europa e Ásia, conforme revelou um memorando interno obtido pela Business Insider.

Zuckerberg já vinha preparando o terreno desde janeiro. Em uma comunicação interna, avisou que “a barra subiria” e que a empresa agiria rapidamente para eliminar funcionários de baixo desempenho. O critério? Avaliações internas que colocam parte dos empregados na categoria “Met Some” ou “Did Not Meet” — e os tornam elegíveis para demissão.

A lógica, porém, gera tensão. Gerentes precisam apontar de 12% a 15% dos seus subordinados para as notas mais baixas, garantindo que a Meta atinja sua meta de “perda não lamentável” de 10% da equipe. Ou seja, se um time já perdeu 5% dos funcionários ao longo do ano, outros 7% a 10% terão que ser encaixados nos critérios de corte. O plano se alinha ao projeto de Zuckerberg para tornar a empresa mais ágil e financeiramente eficiente desde o início de 2023, movimento que fez as ações da Meta dispararem e adicionou mais de US$ 1 trilhão ao valor de mercado da empresa.

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O método Meta

Os cortes começaram na Ásia e seguem um cronograma que inclui Europa, África e, por fim, as Américas. Os afetados recebem o aviso por e-mail — tanto no endereço corporativo quanto no pessoal — e perdem o acesso aos sistemas da empresa em até uma hora. O pacote de indenização também chega via e-mail. Em países como Alemanha, França, Itália e Holanda, as dispensas seguirão regulamentos locais, o que pode adiar ou alterar o formato das demissões.

Paralelamente, a Meta redesenha sua estrutura. Segundo informações do The Information, o Facebook e o Messenger serão fundidos sob o comando de Tom Alison, enquanto Loredana Crisan, ex-líder do Messenger, migrará para a divisão de inteligência artificial. O Reality Labs, divisão que desde 2020 já queimou quase US$ 60 bilhões, passará a operar de forma mais integrada ao restante da companhia, movimento visto como um recuo em relação à reorganização de 2021, que isolou a divisão do metaverso.

Zuckerberg, que em 2023 batizou a estratégia da Meta de “Ano da eficiência”, mantém o plano em 2025. A necessidade de investimentos bilionários para competir na corrida da IA parece justificar os cortes. Enquanto os acionistas celebram, quem está dentro da empresa se pergunta quem será o próximo a receber um e-mail.

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Redação

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