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Mais que um Sistema Operacional, um ecossistema: Linux completa 25 anos

“Olá, todo mundo. Estou fazendo um sistema operacional gratuito (apenas um hobby, não será algo grande ou profissional) e ele está começando a ficar pronto”. Este é um trecho da mensagem que Linus Torvalds, então estudante de Ciência da Computação da Universidade de Helsinque, enviou para um grupo de discussão. Há 25 anos!

A mensagem é o marco da criação do Linux, o avô de todos os projetos de código aberto. Em pouco tempo, o que era para ser um “projeto completamente pessoal”, conquistou adeptos entre a comunidade academica. Depois, foi a vez da comunidade de supercomputação e das grandes corporações, que muitas contribuições técnicas fizeram ao seu desenvolvimento, graças ao tipo de licença escolhida por seu criador, a GPL (GNU General Public Licence), criada por Richard Stallman, um dos mais icônicos e ferrenhos defensores do software livre.

Hoje o kernel do Linux suporta mais de 80 arquiteturas diferentes, segundo o próprio Torvalds, e conta com 22 milhões de linhas de código mantidas por uma comunidade com mais de 5 mil desenvolvedores de cerca de 500 empresas que continuam contribuindo para aperfeiçoamentos.

Durante os últimos 10 anos, o calendário de lançamentos tem permanecido constante.Um novo kernel é lançado a cada nove a 10 semanas, incluindo uma média de 7,8 mudanças por hora.

Adaptabilidade ao núcleo

Um equívoco comum sobre Linux persiste até hoje: o de que ele é um sistema operacional completo. Linux, estritamente definido, é o kernel do sistema. O produtor de uma distribuição Linux – seja Red Hat, Ubuntu, Fedora, OpenSUSE ou qualquer outra – define o restante do sistema operacional em torno do kernel. Cada distribuição tem suas próprias idiossincrasias, preferindo métodos próprio para a realização de tarefas comuns, tais como gerenciamento de serviços e ferramentas de configuração.

Isso explica por que o Linux se tornou tão difundido em tantas facetas diferentes. Um sistema Linux pode ser tão grande ou tão pequeno quanto necessário. Adaptações do kernel do Linux podem comandar um supercomputador ou um relógio, um laptop ou um switch de rede. Inclusive, dispositivos de Internet das Coisas. Como resultado, o Linux tornou-se o sistema operacional que sustenta a maioria dos serviços de Internet e de plataformas móveis.

Para crescer dessa formas, o sistema precisa manter o interesse dos melhores desenvolvedores de software do planeta incluindo-os em um ecossistema que exige reciprocidade no compartlhamento de código-fonte.A licença GPLv2 é o alicerce desse ecossistema de desenvolvimento vibrante. Se o kernel não suportar uma parte específica do hardware, um desenvolvedor pode escrever um driver de dispositivo e compartilhá-lo com a comunidade, permitindo que todos possam se beneficiar do seu trabalho. Se outro desenvolvedor descobrir um problema de desempenho para uma determinada carga de trabalho, pode corrigi-la e contribuir para que seja corrigida por todos.

Não por acaso, “a busca de talentos Linux está em alta”, afirma Shravan Goli, Presidente da Dice, responsável pelo Open Source Jobs Report 2016, que faz uma previsão do mercado de trabalho Linux baseada em uma pesquisa de gerentes de contratação e nos profissionais Linux. E um dos grandes fatores para isso é o crescimento das plataformas de nuvem OpenStack e CloudStack.

Os próximos 25 anos

O sucesso da plataforma móvel Android trouxe Linux para mais de um bilhão de dispositivos. Parece que cada canto e recanto de vida digital executa um kernel Linux. Mas isso não significa que o sistema tenha conquistado tudo … ainda. O Linux ainda é um jogador de nicho.

A plataforma open-source Automotive Grade Linux, por exemplo, pode vir a ser a resposta para o cenário fragmentado e, muitas vezes, frustrante dos atuais sistemas operacionais automotivos.

Os servidores Linux ainda são muito mais numerosos do que os servidores rodando Windows Server. Mas embora seja possível encontrar Linux em quase todas as organizações, de uma forma ou de outra, servidores Windows persistem na maioria das empresas, e ainda é da Microsoft a maior fatia dos mercados de desktop, corporativo e pessoal. No curto prazo, esse cenário deve permanecer assim. O mercado de desktop e laptop sendo dominado pelos sistemas da Microsoft e da Apple, com incursões modestas do Chromebook, do Google, baseado em Linux.

Na nuvem, no entanto…

Os próximos 25 anos prometem ser tão interessante quanto os primeiros.

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