A Lifesize divulgou na última quinta-feira (17) a solução Lifesize Cloud para os canais, permitindo aos fornecedores de soluções irem ao mercado com um serviço de videoconferência armazenado e possibilitando uma mudança no recorrente fluxo de receitas que virá com a venda do serviço.
A Lifesize Cloud, que foi revelada em maio, é um serviço de videoconferência na nuvem que permite aos usuários acessar a aplicação de videoconferência Lifesize de qualquer dispositivo, incluindo PCs, tablets, smartphones ou sistemas de conferência mais tradicionais, tais como o Lifesize Icon.
Segundo a Lifesize, os usuários poderão acessar a Lifesize Cloud através de um navegador e poderão estender o serviço para um número ilimitado de convidados ou usuários fora da organização. O serviço ainda inclui uma variedade de funções de comunicação unificada (UC, na sigla em inglês), como chats, compartilhamento de apresentações e a possibilidade de checar o status de outros usuários.
A Lifesize Cloud é vendida como assinatura, com planos individuais a partir de US$ 25 por mês. Cada ‘assento’, no entanto, pode receber até 25 usuários simultaneamente em uma ligação.
A videoconferência como serviço emergiu como uma alternativa popular aos tradicionais sistemas de vídeo on premise, os quais, especialmente para as organizações menores, podem acabar sendo muito caros ou complexos para implantar.
Segundo Matt Collier, vice-presidente da Lifesize para as Américas, é exatamente por isso que serviços de vídeo armazenados, tais como o Lifesize Cloud, permitem que os fornecedores de soluções possam focar em novos clientes, ou então naqueles que desistiram de sistemas on premise devido ao custo.
“É mudar paradigmas para atrair novos clientes para plataformas de vídeo. Historicamente, o vídeo envolveu sérios problemas da perspectiva de infraestrutura”, afirmou Collier à CRN norte-americana.
Segundo Collier, como a Lifesize Cloud é vendida por assinatura, ela acaba abrindo uma nova possibilidade de captação de receita para os parceiros.
“É um modelo de Receita Recorrente Mensal (MRR, na sigla em inglês) que está disponível nas opções anual e multianual. O parceiro continuará engajado do começo ao fim do tempo de utilização por meio de seus clientes”, avaliou Collier.
Com o lançamento da Lifesize Cloud, Collier afirma que existe a possibilidade da Lifesize ‘aposentar’ o Lifesize Connections, o serviço de videoconferência em alta definição lançando em 2011. Ele afirma que a Lifesize, que é uma divisão da Logitech, planeja criar programas de incentivo para os clientes que desejem migrar do Connections para a Lifesize Cloud.
A solução irá competir contra outros serviços de videoconferência armazenados, tais como aqueles da Blue Jeans, Vidyo e Polycom.
Mercado brasileiro
A solução está disponível no mercado brasileiro desde o começo de junho. Enquanto alguns clientes já adquiriram a solução, outros estão utilizando a versão demonstrativa, encontrada no site da companhia.
Segundo o gerente geral da companhia para o Brasil, Paulo Cardoso, a expectativa em torno do produto é boa, visto que a solução vem de encontro à tendência das corporações, principalmente as pequenas e médias, na inversão de investimentos em infraestrutura.
Cardoso também ressalta como ponto importante o altíssimo custo dos equipamentos em hardware para conexões multiponto (MCU, na sigla em inglês), assim como suas eventuais expansões de portas e capacidades que, com a solução, podem agora ter flexibilidade de crescimento.
Apesar da mudança no fluxo de receita, uma vez que agora o serviço é mais barato e com remuneração recorrente, a recepção por parte dos canais foi surpreendentemente positiva. “Fizemos recentemente um encontro dos principais canais em Las Vegas durante a Infocomm 2014 e os eles puderam compreender o imenso potencial de venda dessa solução de SaaS sem a necessidade dos altos custos de investimento em infraestrutura própria, suporte e atualizações constantes”, detalha Cardoso.
Neste modelo, os canais passam a oferecer um serviço cerca de 40% mais barato do que a solução em hardware convencional.
Cardoso salientou que a oportunidade percebida pelos canais neste novo modelo de videoconferencia está no fato de aproximadamente 60% das empresas que utilizam o recurso estão com seus sistemas obsoletos baseados em Codecs ou MCUs com resolução em Standard Definition, além de muitas delas estarem baseadas em soluções ponto a ponto.
“Para atualizarem esses sistemas para Full HD e conexões Multiponto essas companhias teriam que investir o dobro do custo da solução Lifesize Cloud e ainda assim continuarem em sistemas legados em hardware”, explica. De acordo com o executivo, muitos canais estão aumentando suas receitas em suas próprias bases de clientes atuais, com oferta de portfólio e serviços atualizados.