Cocriador do token Libra afirma ter pago irmã de Milei por influência no governo argentino

Ainda não está claro se houve troca de dinheiro entre Hayden Davis e pessoas próximas a Milei antes do lançamento do Libra, diz CoinDesk

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5:20 pm - 19 de fevereiro de 2025
Imagem: Shutterstock

Um dos principais envolvidos no projeto do token Libra se gabou por supostamente ter acesso ao círculo íntimo do presidente argentino, Javier Milei, meses antes do controverso lançamento e colapso da memecoin. Hayden Davis, CEO da Kelsier Ventures, empresa envolvida no escândalo, disse, em mensagens obtidas pelo CoinDesk, ter “controle” sobre Milei por conta de pagamentos que teria feito a sua irmão, Karina Milei.

“Eu controlo aquele ****. Mando dinheiro para a irmã dele, e ele assina o que eu quiser e faz o que eu mando.”, escreveu Davis em uma série de mensagens envidas em dezembro.

Segundo a publicação, as mensagens foram obtidas por uma fonte próxima à situação, que pediu anonimato. Um porta-voz entrou em contato com a CoinDesk e afirmou que o empresário não se lembra de ter enviado as mensagens e que não tem registro delas em seu telefone. Davis também negou qualquer pagamento ao presidente Milei ou à sua irmã em um posicionamento compartilhado com o veículos.

“Os relatos de que paguei ao presidente Javier Milei ou à sua irmã para lançar a memecoin Libra são completamente falsos. Nunca fiz nenhum pagamento a eles, nem houve qualquer solicitação. A única preocupação deles era garantir que os lucros do Libra beneficiassem o povo e a economia da Argentina.”

Karina Milei, irmã de Javier Milei que, atualmente, ocupa a posição de secretária-geral da Presidência da Argentina, não respondeu aos pedidos de comentário.

Qual o envolvimento de Milei com o token Libra?

O escândalo envolvendo as memecoins Libra eclodiu no final da última semana. Os maiores beneficiados com o lançamento do ativo digital, promovido por Javier Milei em suas redes sociais, foram Davis e a Kelsier Ventures. Carteiras ligadas a eles lucraram mais de US$ 100 milhões nas primeiras horas após a liberação do ativo. O token chegou a US$ 5 antes de ver seu valor despencar mais de 95%. Com isso, milhões de dólares em investimentos especulativos sumiram.

O presidente apagou sua publicação promovendo o token cinco horas após o lançamento, quando membros da comunidade de blockchain identificaram possíveis irregularidades no processo. O Libra, no entanto, já havia entrado em colapso.

O episódio foi apelidado de “criptogate” pela imprensa local. O escândalo impactou o mercado de ações do país e, segundo analistas do setor cripto, pode ser considerado uma tentativa de “puxada de tapete”. Membros da oposição consideram um pedido de impeachment contra o mandatário argentino.

Entenda: Milei recua após divulgar projeto de cripto e pode ser alvo de investigação

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Redação

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