“Queremos ajudar nossos clientes a imprimir cada vez menos”. A afirmação de Carlos Eduardo Bretos, vice-presidente e gerente-geral da Lexmark para a América Latina, pode parecer um tanto contraditória em um primeiro momento, mas é essa a estratégia da Lexmark. Adotada há alguns anos, ela está em linha com o ambiente digital no qual empresas atualmente estão inseridas. “Companhias seguem firme no propósito de, se possível, não imprimir nada”, pontua o executivo em entrevista ao IT Forum 365.
Bretos conta que, dos anos que está na empresa, cinco deles como gerente-geral para o Brasil e outros três na posição atual, desde sempre a Lexmark se posiciona de forma a fazer com que papel tome outra posição nas organizações. “Era um choque para clientes ouvirem isso de uma fabricante de impressoras”, diverte-se. “Mas, [a empresa] investia muito em tentar usar tecnologia, que já existia nos equipamentos multifuncionais, para ajudar clientes a trocar papel por informação digital”, comenta.
Para o executivo, existem dois tipos de impressão: a boa e a má. “A primeira está associada ao que é bom para a empresa, que gera valor, como novos contratos que precisam estar em papel. Já a segunda, é aquela que não gera nada além do desperdício, do custo desnecessário”, observa.
A estratégia de uso inteligente do papel se tornou ainda mais forte em 2013, quando a companhia, que tinha como vertentes de atendimento o corporativo e o usuário final, decidiu focar apenas nas necessidades de empresas, vendendo tudo o que tinha relacionado à tecnologia de jato de tinta – de patentes ao conhecimento.
Com o caixa gerado, a Lexmark passou a adquirir companhias de software, especialmente aquelas que tinham como proposta seguir a informação dentro dos fluxos de negócios dos clientes, explica Bretos. “Cada compra foi feita com objetivo de ajudar clientes a capturarem, traçarem, classificarem informações e a ter fluxos cada vez mais eficientes e dinâmicos”, continua.
Dessa forma, a Lexmark consegue agregar valor ao negócio incorporando aplicações. “Entendemos o problema do cliente e, a partir disso, aplicamos todas as peças que temos para propor uma solução específica para aquele processo de negócios”, conclui. Esse trabalho corrobora com objetivo da companhia de alcançar, em 2017, 50% da receita orientada à venda de soluções em geral, ou basicamente tudo que combine hardware com serviços ou software.
Bretos usa como exemplo desse trabalho o case da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), que adotou não apenas multifuncionais como também softwares de gestão que geraram rapidez nos processos de matrícula de alunos e permitiram atendimento diferenciado. “Com nossas impressoras, foi possível acelerar, por meio de software, o processo de correção de provas, digitalizando até 120 delas por minuto, divulgando rapidamente o resultado ao mercado”, conta Bretos.
Além disso, o ato da matrícula também foi modernizado. “O aluno precisava apenas levar os documentos originais, os quais eram digitalizados em nossas máquinas [em substituição às cópias] e a certificação desses documentos era feita pelos próprios funcionários, por meio de um aplicação de certificação digital que desenvolvemos e incorporamos à máquina.”
Com o tempo economizado com esse processo, o funcionário pôde levar o futuro aluno para visitar o campus e conhecer o local onde iria estudar. “Eles criaram uma experiência totalmente diferenciada”, conclui Bretos.
Nova linha de produtos
Todo esse cuidado que a Lexmark tem com clientes também é possível verificar nos produtos mais conhecidos: as impressoras. Exemplo disso, é a família de novos equipamentos que a empresa lançou no início do ano, que tem como foco principal garantir qualidade a qualquer tipo de necessidade, bem como cor às apresentações.
Além disso, explica o executivo, as multifuncionais da companhia imprimem mais rapidamente do que equipamentos concorrentes (cerca de 60 páginas por minutos), bem como digitalizam os dois lados de uma folha (o que representa 120 imagens por minuto), sem contar a capacidade híbrida, que permite aos equipamentos da Lexmark fornecer tratamento diferenciado para impressões coloridas ou monocromáticas, sendo ambas as solicitações atendidas por uma mesma máquina. Todas essas características consideradas como grande diferencial da empresa por Bretos.
E as vantagens também englobam o momento de mercado, que exige das corporações economizar com o que puderem. “Menos equipamento é menos custo”, sintetiza, se referindo à capacidade das multifuncionais.
Outra característica dos novos produtos da empresa, destacada pelo executivo, é o quesito inclusão. “As máquinas possuem essa característica de acessibilidade. Todas contêm o conceito de tela como se fosse um tablet e, para quem tem algum tipo de dificuldade, a própria interface tem entrada de fone de ouvido [que fala comandos da máquina], e é possível alterar a inclinação da tela”, explica. Então se, eventualmente, um cadeirante, por exemplo, não conseguir olhar o painel por conta da posição da máquina, é possível mudar a inclinação até verticalmente, a fim de facilitar a interação.
Estratégia
Para o Brasil, Bretos afirma que a empresa tem como objetivo “manter os clientes que a gente tem por toda a vida”, ajudando-os em sua jornada de transformação, conta. Depois, expandir a base de clientes.
Para ajudar nesse sentido, a empresa reformulou o seu programa de canais, dando origem ao Lexmark Connect Partner Program. A mudança acontece para atender às diversas necessidades de seus parceiros de negócios, que atuam em um mercado em constante transformação.
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