Leandro Karnal: tecnologia ajuda a criar “inversão geracional”

O boom de tecnologias e maneiras de prover conhecimento está criando uma “inversão geracional”. É o que destaca o filósofo e professor Leandro Karnal, que diz que, pela primeira vez, a sociedade tem jovens com maior conhecimento do que pessoas mais velhas.

“Por isso, temos hoje a tentativa de expandir a juventude. Pela primeira vez não sabemos o que ensinar para a geração seguinte e o ser humano está sendo imprensado pela própria técnica”, afirmou Karnal, durante painel no IT Forum Expo 2017.

O avanço da tecnologia também traz uma iminente mudança nos ambientes de trabalho. “Se seu trabalho é pouco criativo, você é um mico-leão-dourado, ou seja, está fadado à extinção”, comentou, citando a função de bancário como exemplo. “Todo trabalho repetitivo será feito por máquinas.”

Mas qual o papel das pessoas diante da transformação digital? Para debater o tema, Karnal recebeu no palco cinco presenças ilustres de presidentes de companhias do setor de Tecnologia: Cesar Gon, da CI&T; Cristina Palmaka, da SAP; Ideval Munhoz, da T-Systems; Laercio Cosentino, da Totvs; além de Marco Lupi, da Neobpo.

Fator humano é essencial

Cosentino é claro: tecnologia não existe sem pessoas. “Não adianta o mundo mudar e a sociedade não avançar. É importante desenvolver tecnologia, mas saber lidar e entender quem vai consumir – grande passo para ter produtos e serviços de sucesso”, comentou.

Cristina, por sua vez, classifica o fator humano como fundamental para de fato tirar proveito das tecnologias. Para a executiva, outro fator essencial é considerar a diversidade. “Essa diversidade que trará complementaridade de opções e visões”, disse.

Já Gon comenta que a grande batalha é criar um ambiente de trabalho em que as pessoas não precisem criar um “perfil corporativo”, ou seja, onde possam manter os mesmos hábitos pessoais. “Ela pode usar as mesmas roupas, vocabulários, conceitos etc. E combinar isso com outros talentos, com propósitos claros, para gerar algo inovador.”

Para Lupi, projetos ambiciosos são sempre importantes, mas é preciso compartilhar os objetivos com as pessoas.

Criatividade robotizada?

A automação de diversas atividades sempre levanta um enorme ponto de interrogação: para onde vão nossas carreiras?

Munhoz acredita que processos repetitivos substituídos por robôs permitem dar liberdade para que profissionais possam ser mais criativos. “Para nós, essa criatividade é fundamental para gerar novas funções e novos sistemas. A criatividade é o elo principal e onde a tecnologia libera o ser humano para ações ligadas a criatividade”, comentou.

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