Exclusiva: Itaú Unibanco migra para AWS e reduz tempo de entrega de produção em 99%
Projetos dos Itaú em parceria com a GFT Technologies também incluem nova plataforma de extrato de alto desempenho para conta digital

O Itaú Unibanco e a GFT Technologies revelaram recentemente, com exclusividade ao IT Forum, alguns resultados de sua parceria firmada há alguns anos. O objetivo do acordo foi apoiar as várias iniciativas de transformação digital do banco, um dos maiores da América Latina com 70 milhões de clientes e US$ 56,8 bilhões em valor de mercado.
Dois desses projetos foram apresentados na última edição do re:Invent, evento da AWS promovido em Las Vegas (EUA) no ano passado: migração de mais de 180 sistemas e subsistemas da cloud privada para a nuvem pública; e a implementação de uma nova plataforma de extrato de alto desempenho para conta digital.
Segundo as partes, o primeiro projeto trouxe redução de 99% no tempo entre a solicitação de uma entrega na plataforma e entrada em produção (platform delivery lead time), na comparação com indicadores de 2019 sobre o modelo anterior. Houve como consequência melhoria na experiência do cliente e mais agilidade na inclusão de funcionalidades.
Leia mais: Red Hat anuncia mais ofertas de IA em código aberto
“O movimento do Itaú Unibanco para adoção da cloud é uma prova de que as tecnologias de nuvem transformaram o setor financeiro na capacitação de empresas para atender às necessidades em constante evolução dos clientes”, diz em comunicado Saulo Santos, vice-presidente de negócios da GFT Technologies no Brasil.
Para alcançar os resultados, foi feita a transição de 36 mil Unidades de Processamento Central Virtuais (VCPUs), além da desativação de 93% do ambiente OpenStack do Itaú Unibanco em dois anos. A escalabilidade da infraestrutura foi feita à medida que a base de clientes do banco crescia, mas mesmo assim foi possível, segundo a GFT, melhorar o desempenho do sistema em 3,5 a 6,4 vezes.
Extratos digitais
O segundo projeto agilizou a consulta de extratos utilizando o Amazon OpenSearch, capaz de processar, segundo as partes, um milhão de pesquisas e dois milhões de inserções por segundo. O Itaú Unibanco armazena e acessa 2 PB de dados anuais.
A nova arquitetura em cloud trouxe, segundo os envolvidos no projeto, melhorias em latência, observabilidade e gerenciamento de custos, além de resiliência por meio de domínios Multi-AZ e padrões de fila de pesquisa. O OpenSearch permitiu a implementação de um pipeline de ingestão com Amazon S3, otimização de nós de dados e políticas de ciclo de vida para reduzir custos.
Veja também: Microsoft quer transformar empresas em fábricas de agentes de IA
O desempenho da plataforma melhorou “significativamente”, diz a GFT, permitindo a migração do extrato de conta para a AWS com tempos médios de resposta de 191 milissegundos para mais de 94 bilhões de solicitações anuais.
Os ganhos obtidos incluem redução no consumo de MIPS do mainframe em eventos críticos como a Black Friday, caindo de 25 mil MIPS em 2021 para 300 MIPS em 2024. Além disso, a nova arquitetura reduziu o impacto de falhas, enquanto otimizações na estrutura de índices e ingestão em lote melhoraram a eficiência operacional, dizem as partes.
Os próximos passos do projeto incluem a adoção de novas instâncias para segmentação de carga, implementação de Shuffle Sharding e a habilitação de pesquisa vetorial.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!