Mais do que aproximação com o ambiente inovador de startups, a Oracle busca também outros pilares para sua própria jornada de transformação. A primeira delas não se diferencia muito de outros players: foco total em soluções em nuvem para flexibilizar o modelo de entrega. Mas outros dois quesitos se destacam.
O primeiro deles é a aposta em jovens lideranças, estratégia que ficou nítida no Brasil com a recente nomeação de Rodrigo Galvão, de 35 anos, para o cargo de presidente, em junho deste ano. O executivo, que inciou a carreira na própria empresa em em 2002 como trainee, assumiu o lugar deixado por Cyro Dihel.
Galvão não está sozinho na lista dos millennials na reunião de líderes. Segundo o executivo, mais de metade dos VPs da companhia no Brasil têm entre 30 e 40 anos de idade. “Idade não é requisito para ser jovem e inovador. Depende da atitude”, pondera, em conversa com jornalistas durante o Oracle OpenWorld, conferência anual da companhia realizada em San Francisco (EUA).
A afirmação de Galvão se refere diretamente ao experiente executivo Luiz Meisler, VP da empresa para América Latina. “O Luiz traz para a Oracle uma pegada de startup. Ele tem uma mente super aberta e deixa de ser corporativo”, comenta.
A inspiração de Meisler vem de berço. Não algo que tenha herdado de uma geração anterior, mas sim cultivado na sua criação. Meisler é pai de Rony Meisler, sócio-fundador da loja de roupas masculina Reserva. Criada em 2006, a marca fatura hoje mais de R$ 300 milhões e se consolida no mercado. “Meu filho me tira da zona de conforto todos os dias. Eu aprendo mais com ele do que ele comigo”, brinca Meisler.
Um dos pontos que mais impressiona Meisler na atuação de seu filho é o foco em causas sociais. O criador da Reserva é líder do movimento Capitalismo Consciente, iniciativa criada para incentivar, inspirar e ajudar empresários, empreendedores e líderes a aplicarem os princípios conscientes em suas organizações. “A Reserva é uma companhia que pensa além do capital”, aponta.
E esse pensamento consciente, segundo Meisler, vem se tornando chave também para a Oracle. “Estamos buscando algo parecido. Definimos uma causa de transformar o mundo por meio do uso de tecnologias”, comenta. “Antes comemorávamos a venda de um ERP de US$ 10 milhões. Agora valorizamos a revolução na saúde pública do Chile, por exemplo. Nosso sonho de transformar o mundo está se tornando realidade.”
Rony certamente se espelhou nas conquistas da carreira bem sucedida de seu pai. Galvão também parece ter uma inspiração dentro da companhia. “O Luiz traz para a Oracle ideias do filho. O Rony trabalha com métodos diferentes, gosta de ter papo aberto. O Luiz também é aberto e tem diálogo fácil, o que é um pouco do Rony. Isso facilita no dia a dia”, pontua Galvão.
Mesiler, por sua vez, foi um dos grandes defensores da conquista dos millennials na Oracle. “A nova geração tem pensamento diferente, que passa para nossos clientes. Os clientes também estão absorvendo essa nova geração e, se não tivermos pessoas parecidas no nosso time, seremos desconectados. E isso não pode acontecer. Precisamos nos conectar com os clientes”, diz.
“Fomos criados em um modelo de comando em que o presidente era o líder e todo poderoso. Ele manda e todos obedecem. O mundo novo não é mais assim”, finaliza Meisler.
*O jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da Oracle
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