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Inovar exige criar novo jeito de liderar equipes

Ficar parado no tempo, sem buscar novas formas de atuar, maneiras de encantar o cliente, [experimentos para se aventurar, é sinônimo de problema para empresas – especialmente em um tempo no qual a tecnologia evolui de tal forma que organizações estão correndo para se digitalizarem e conseguirem se manter relevantes. Veja o exemplo da Kodak, que foi a inventora da câmera digital, mas deixou passar uma oportunidade que a fez, anos depois, declarar falência. E esse não é apenas um caso isolado.

Não existe uma receita de bolo para se alcançar o sucesso, isso é fato. Mas inovar requer novo tipo de liderança – algo que Greg Brandeau, ex-CTO da Pixar e coautor do livro Collective Genius: the art and practive of leading innovation (Harvard Business Review, ainda sem tradução para o português), chamou de “o gênio coletivo”, ou uma comunidade que fará o trabalho inovador – no caso, os colaboradores de uma empresa.

Para ser inovador, deve-se basear a atuação da empresa em três pilares: atrito criativo, agilidade criativa e resolução criativa, lista o executivo, durante apresentação no Ciab, evento que acontece nesta semana, em São Paulo.

>> Confira a cobertura completa do evento

O primeiro fator é a habilidade de gerar ideias por meio de um debate com pessoas. Basicamente aquele velho ditado “duas cabeças pensam melhor do que uma” posto à prova, ou seja, é necessário outra pessoa para discutir uma ideia. “Melhor ainda se tiver uma porção de pessoas diferentes em gênero, em histórico social, e outras diversidades”, comenta Brandeau. Assim, serão gerados melhores resultados. “Coletivamente podemos resolver problemas que jamais faríamos de forma individual”, pontua.

O fator seguinte é referente à habilidade de testar e refinar essa ideia por meio de reflexão e ajustes. “Alguns desses experimentos vão funcionar e outros não”, afirma. O executivo complementa o pensamento com um hábito cultivado bastante por empresas no Vale do Silício, que realizam os experimentos mais insanos: o fail quickly, ou falhe rapidamente, para que seja possível corrigir rapidamente também. “Não sei vocês, mas eu quero ser bem-sucedido rapidamente”, brinca. “Para isso é preciso experimentar.”

Por fim, mas não menos importante, está a habilidade de integrar decisões. Nesse caso, explica Brandeau, é preciso dois times, A e B, para que criem ideias boas e ruins e que, no final, tenha-se um time C que é resultado da junção das boas ideias de ambos os times A e B.

Outro ponto importante indicado pelo executivo para a construção do coletivo é criar valores para que as pessoas, de fato, se sintam parte do coletivo. Dessa forma, elas estarão motivadas a inovar. Para isso, é preciso investir em quatro pontos relevantes: propósito, baseado em respeito e confiança mútuos, ou basicamente “o modo como tratamos uns aos outros”, afirma Brandeau. Seguido por valores compartilhados, que englobam grande ambição, colaboração, responsabilidade e aprendizado.

Aqui ele usa como exemplo sua secretária na Pixar, Heidy, que, durante conversa com um convidado, acabou entrando em uma loja da marca para mostrar o ambiente e, no meio do caminho, cruzou com um cliente que queria uma certa camiseta de número maior. Ela, sem pestanejar, foi até o estoque, encontrou o item desejado e o entregou ao cliente. “Não era parte do trabalho dela, mas ela fez porque podia”, disse, completando que, provavelmente o jovem cliente nunca desconfiou que Heidy sequer era atendente do local.

Como terceiro pilar, o executivo cita comunidade, e, por fim vêm as “regras do casamento”, ou a arte de manter os colaboradores focados no objetivo comum, e encorajados a inovar. Brandeau ressalta que, apesar dos resultados que serão colhidos, o trabalho é árduo e deve-se estar preparado. “Não é algo fácil. Se o fosse, todo mundo estaria fazendo”, sentencia.

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