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Impulsionada pela indústria, IoT já representa 20% das vendas corporativas da Cisco na AL

As previsões do potencial de receita com internet das coisas (IoT) tem sido atualizadas constantemente e, agora, a Cisco fala em oportunidades de US$ 19 trilhões, dos quais US$ 1 trilhão estaria na América Latina, sobretudo em indústrias onde o tema de automatização é mais forte. Mas é de conhecimento geral que, embora diversos países tenham avançado e amadurecido na adoção de tecnologia da informação, algumas tendências levam um pouco mais de tempo para vingar por problemas de estrutura e, no caso de IoT, como já foi com computação em nuvem e mobilidade de maneira geral, infraestrutura de telecomunicação é algo crítico, de forma que a qualidade das redes móveis precisam melhorar para que tal conceito realmente esteja permeado com a escala prometida.

Mas o fato é que mesmo com tais barreiras, a região está na estratégia da Cisco como uma das principais no mundo em termos de adoção de IoT, como declarou Jordi Botifoll, presidente da Cisco para América Latina, em conversa com jornalistas da região durante o IoT World Forum, em Chicago. “Internet das coisas e internet de todas as coisas representam o maior fator de crescimento na região, especialmente por conta dos projetos de cidades inteligentes e estamos liderando esse processo”, informou. “Não haverá nenhuma cidade ou empresa sem algum tipo de projeto de IoT. Toda cidade perde até 30% de agua. Por que não automatizar isso e evitar tais perdas bilionárias?”

Botifoll e outros executivos regionais lembraram que a Cisco está envolvida em diversas iniciativas em vários países na América Latina, só para citar alguns exemplos, Rio de Janeiro, onde a companhia investiu recentemente em um centro de pesquisa e desenvolvimento, e Guadalajara, no México, são locais onde existem projetos de cidades inteligentes, no caso da mexicana, existe um objetivo de atingir um grau elevado de cidade digital. Afora isso, o presidente AL tem visto movimentos em Brasília com grande potencial de automatização de serviços.

Saindo do campo público e olhando especificamente para o mundo corporativo, Luis Rego, diretor de clientes corporativos para AL da Cisco, afirmou que existem vários projetos em andamento na região que caminham para uma implantação ampla e completa de IoT no ambiente empresarial, especialmente no campo da automatização industrial nas verticais de energia, óleo e gás, manufatura, entre outras. Sem citar nomes, ele mencionou que apenas em utilities, trabalhando todo o conceito de smart grid, existem quatro ações em andamento no Brasil.

“A Cisco passou por varias transições do mercado e agora temos olhado diversas indústrias a partir da questão de automatização. São produtos que facilitam produção, sensores para energia e tudo impacta nos negócios da Cisco. Atualmente, quase 20% dos nossos negócios no mercado corporativo na América Latina vem de IoT, principalmente de indústrias como utilities, mineracão e óleo e gás”, calculou Rego, revelando uma cifra importante, que demonstra um segmento em acelerado processo de maturidade.

Mesmo respondendo pelas vendas ao setor público na AL, Nicolas Chiaparra, trouxe um exemplo interessante de como IoT tem sido aplicado na região, citando uma mineradora instalada no norte do Chile que opera totalmente automatizada, inclusive com caminhões sem condutores. “A mineradora Gaby é totalmente automatizada, são diversos processos que transcorrem sem qualquer interação humana. No caso dos caminhões, já se nota uma melhora no uso dos pneus em 50%, o que gera uma economia importante, uma vez que esses pneus são muito caros.”

Botifoll ressalta que existem pilotos em praticamente todas as verticais e que eles trabalham não apenas na questão da rede principal, mas em conexão de múltiplos sensores e serviços adicionais. O executivo reconhece que a região tem gaps competitivos e que será necessário um upgrade da rede para que ela tenha capacidade de receber esses milhões de conexões de todos os tipos. Ainda assim, se mostra muito confiante nas oportunidades que IoT pode gerar. “É uma indústria que permitirá o surgimento de novos postos de trabalho, além de novos modelos de negócios. Existe muita economia de recursos em torno disso, o que aumenta, por outro lado, a capacidade de investimento”, conclui.

*O IT Forum 365 viajou a Chicago a convite da Cisco

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