IBM Research Brasil tira da manga dispositivo IoT que leva inovação ao pequeno produtor
Tecnologia simples, barata e inclusiva possibilita analisar solo e água em menos de 2 minutos, agilizando tomadas de decisão e ampliando produtividade no campo

A IBM Research Brasil realiza hoje (05/09) a edição 2018 do seu tradicional evento Colloquium, em São Paulo, que desta vez discute o impacto da Inteligência Artificial (IA) nos mais variados setores da indústria brasileira como Finanças, Energia e Agricultura.
A grande atração ficou por conta do dispositivo IoT apresentado, menor do que uma caixa de fósforos, slim, totalmente estruturado em papel, contudo dotado do poder de analisar em menos de dois minutos as características do solo de uma fazenda ou da água que se pretende examinar.
Para obter esse diagnóstico, é muito simples. Basta pingar uma gota de terra misturada com água em sua superfície ou somente da água. A mágica é rápida e foi apresentada diante dos olhos atentos de jornalistas presentes. E então é possível verificar o teor de cinco macronutrientes como magnésio (Mg) e NO2, além do PH. Dependendo da intensidade das cores em cada um deles, é identificada a sua concentração.
E não para por aí. De posse de um smartphone, por meio de um aplicativo, essas informações passam do dispositivo, via QR Code, para computadores, em formato de arquivo, e podem ser armazenadas e compartilhadas para servirem de acompanhamento de futuras análises e evolução de estratégias aplicadas para tratamento do solo, entre outros procedimentos.
O dispositivo IoT (que une IA, machine learning e reconhecimento visual) só pode ser usado uma vez. É descartável. A boa notícia é que, de acordo com estimativas de estudos que estão sendo liderados pela IBM Research Brasil, é possível que a sua unidade custe menos do que R$ 1,00 ao sair da fase de protótipo.
Colaboração na linha de frente
A inovação tem sido fruto do trabalho realizado em regime de colaboração. E não foi diferente com o dispositivo IoT para o agronegócio. De acordo com o diretor do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, Ulisses Mello (foto), desenhada pela iniciativa do time brasileiro, ele contou com a colaboração, em especial de profissionais da IBM nos EUA, Índia e África.
“A IBM investe anualmente, no mundo, cerca de US$ 6 bilhões em pesquisas e desenvolvimento. Temos nos laboratórios espalhados pelo globo 3 mil cientistas, gerando resultados de investigações em variadas plataformas como cloud, Inteligência Artificial (IA), Blockchain e Quantum Computing”, destaca o executivo, que acrescenta ser a indústria o principal foco do laboratório.
Parte da missão da IBM Research em solo nacional, prossegue Mello, é desenvolver ciência em colaboração com parceiros, clientes e universidades. “Nossa missão no Brasil é focar nas indústrias de Oil&Gas e mineração, agricultura digital e tecnologias de conversação, em finanças e agro”, pontua.
Mathias Steiner, um dos líderes do projeto e gerente de Tecnologia Industrial e Ciência da IBM Research Brasil, diz que ainda estão selecionando parceiros e universidades para trabalharem em conjunto com as já vigentes com Embrapa, Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e MIT, reconhecido Instituto de Tecnologia de Massachussetts (EUA).
Inclusão digital
O dispositivo IoT (em teste em pequenos produtores de Campinas-SP) para o agronegócio não é somente o resultado da inovação trabalhada no modelo colaborativo e uma inovação para o pequeno agricultor. Ele é um agente de inclusão digital, considerando ser uma tecnologia disruptiva, de fácil utilização e baixo custo.
Por meio do recurso, argumenta o diretor do Laboratório de Pesquisa IBM Brasil, pequenos produtores poderão tomar mais rapidamente decisões mais assertivas sobre qual cultura irá plantar naquele tipo solo, ou mesmo, prepará-lo para outras.
“É também uma forma de contribuir para a educação do pequeno agricultor, de maneira ágil, ampliando a sua produtividade e isso certamente se reflete na sociedade e na economia do País. Certamente, poderemos somar em trabalhos de disseminação do conhecimento realizados pela Embrapa”, ressalta Ulisses.
Até aqui, o projeto do dispositivo IoT, para ampliar a produtividade do pequeno produtor e incluí-lo na jornada digital, consumiu dois anos de desenvolvimento. Agora, ele está pronto para transformar negócios e ampliar resultados de maneira mais democrática no País.