Estudo mostra como COVID-19 está influenciando o ecossistema de fintechs
Estudo mostra cenário de investimentos para fintechs globais durante pandemia de coronavírus

Um estudo divulgado recentemente pela CB Insights mostra que os negócios e investimentos em fintechs estão caindo trimestralmente, demonstrando uma incerteza sobre os tempos que virão após a pandemia do coronavírus.
O relatório mostra que o ecossistema de fintechs tem sofrido uma ruptura nos últimos dois anos, com níveis recordes de financiamento e valorizações crescentes. “Com tantas empresas competindo por participação de mercado, as fintechs priorizaram o crescimento e a aquisição de clientes em detrimento da lucratividade”, diz.
Entretanto, o surto de coronavírus parece ter encerrado esse ambiente de crescimento exponencial. Para a CB Insights, as condições de financiamento sofreram uma mudança de 180 graus e o futuro das fintechs mudou drasticamente.
Agora, as startups deste segmento precisarão se concentrar na saúde do balanço financeiro e no gerenciamento de fluxo de caixa, o que pode se mostrar um grande desafio para uma parcela delas, especialmente as que demonstravam um crescimento mais agressivo.
Os gráficos do estudo mostram que, até o final de março, o total de negócios e dinheiro investido em fintechs diminuiu mês a mês, trimestre a trimestre e ano a ano.
Nos últimos três anos, a média era de 200 a 300 deals no primeiro trimestre. De 2019 para cá, entretanto, os números chegaram a, no máximo 200, em comparação com o mesmo período.
O estudo mostra também que os negócios fechados estão acontecendo em menor quantidade em diferentes regiões geográficas, mostrando que o impacto do COVID-19 no ecossistema de fintechs é global. Ásia, Europa e América do Norte devem ter a menor contagem trimestral de transações em anos.
Dados do relatório apontam que o aporte total para as startups do segmento financeiro também deve cair. No ritmo atual, o financiamento para estas startups durante o primeiro trimestre de 2020 pode ter fechado em cerca de US$6 bilhões – um nível não visto desde 2017.
Isso significa que, agora, fintechs terão que se concentrar mais na lucratividade e no fluxo de caixa positivo do que no crescimento a todo custo. “Por conta da crise de saúde mundial, investidores estão agora liquidando ativos para fortalecer suas posições de caixa. As fintechs devem seguir este exemplo, pois a captação de recursos no mercado atual provavelmente será extremamente difícil – e cara”, completa o estudo.