Estratégia da TIM não depende de consolidação, afirma presidente

O presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, disse hoje (28/10) em conversas com jornalistas na Futurecom 2015 que a operadora tem um plano sólido no mercado e que a jornada da empresa não depende de consolidação. “Nosso plano mira o futuro e seguimos com o objetivo de crescimento orgânico”, completou, ressaltando que até o momento não existe nenhum processo de negociação em andamento para fusão com a Oi. O executivo relata que a empresa segue com seus planos de crescimento no mercado e que atualmente é a operadora com maior cobertura 4G.
Ele, no entanto, amenizou dizendo que se existir um movimento possível de consolidação é uma obrigação da companhia fazer as análises necessárias. Segundo o executivo, no passado a empresa estudou uma possível consolidação, mas, na ocasião, identificou que ela não fazia sentido.
Abreu assinalou ainda que o setor de telecom vem mudando drasticamente e há expectativas de que o ambiente regulatório de concessão passe por profundas transformações. “Com isso o cenário se torna diferente”, refletiu, sem entrar em detalhes.
O presidente da TIM lembrou também que para que qualquer consolidação aconteça existem regras e um ambiente industrial que deve ser analisado. “Se você está bem posicionado no mercado, não necessariamente a consolidação é uma necessidade”, pontuou, completando que a TIM hoje está em posição privilegiada em escala, capacidade financeira e inovação. “Nossa dúvida, por exemplo, é baixa e temos condições de alavancar nossa estratégia financeira para fazer coisas maiores.”
A preocupação com a atualização da concessão foi endereçada por Abreu. Segundo ele, a regulação ficou anacrônica e imaginar investimentos bilionários em um ambiente de incerteza regulatória, que geram obrigações, é altamente desafiador.
Ainda que o modelo de concessão não afete diretamente a TIM, como lembrou o executivo, ele aponta que atualmente ela não tem sido positiva para o setor. Com o debate sobre o tema esquentando nos últimos dois anos, o mercado espera uma atualização nos próximos meses.
Transformações na indústria
Pouco antes de conversar com os jornalistas, Abreu falou em apresentação sobre as transformações sofridas no cenário de telecom no Brasil. Segundo ele, as mudanças têm sido mais rápidas do que as projeções.
Uma das alterações mais profundas é a migração do uso de voz para dados. De forma geral, esperava-se que a receita de dados superasse a de voz em 2017, mas essa previsão foi antecipada em um ano, destacou Abreu, passando para meados de 2016.
De acordo com ele, no entanto, existem duas notícias importantes nesse cenário. A boa é que o consumo de dados cresce a taxa entre 40% e 50% e em 2016 a estimativa é de aumentar e não tão boa é a queda na receita de voz.
Nos últimos dois anos, por outro lado, o projeto de banda larga móvel da TIM registrou avanços significativos, promovendo mais a qualidade e a expectativa é dobrar o número de sites e continuar a investir em estratégias de fibra, small cells e wi-fi, para citar apenas alguns itens.
A empresa, que no ano passado anunciou investimento de R$ 11 bilhões, ampliou, mesmo em meio à crise, o montante para R$ 14 bilhões em 2015/2016. “Não estamos brincando. Nosso compromisso é com inovação, investimento e experiência do cliente. É uma nova TIM, que não olha para trás, que não espera”, finaliza.