Após a determinação da Justiça pelo
bloqueio do aplicativo WhatsApp por 72 horas, algumas pessoas têm utilizado
VPNs (Virtual Private Network), uma rede particular virtual, como forma de burlar a decisão judicial. Especialistas da área alertam para os riscos dessa prática.
Para Leonardo Carissimi, líder da prática de segurança da Unisys na América Latina, aponta que, primeiramente, para utilizar a rede privada é preciso baixar um aplicativo de VPN e ele pode ter sido alterado e/ou contaminado por cibercriminosos, ou mesmo que seja um aplicativo de fachada.
“A VPN funciona como um ‘túnel’ estabelecido entre o smartphone do usuários e um domínio fora do Brasil”, explica o especialista. “No smartphone, o usuário instala um app específico para isso e os dados trafegam pelo túnel de modo criptografado, sem serem entendidos por roteadores das operadoras de telecomunicações do Brasil – as quais estão programadas para bloquear todo tráfego reconhecido, como WhatsApp, para atender à determinação da Justiça”, continua o especialista, complementando que, do outro lado do túnel, o domínio estrangeiro decifra os dados e faz a sua ligação com a internet, de onde os dados seguem para os servidores do WhatsApp.
Emílio Simoni, gerente de segurança da PSafe, alerta que esse tipo de conduta pode colocar dados em risco. “O VPN é como uma ponte que conecta o dispositivo a uma rede estrangeira, ou seja, livre dos impedimentos impostos pela Justiça. Ao fazer download desse tipo de app, há riscos de vazamento de dados particulares, então é bom usar essa alternativa com cautela”, afirma.
A VPN, portanto, é um “túnel” que funciona nas duas direções: ao trafegar dados de usuários até o domínio e, alguém desconhecido na outra ponta poderá usar a conexão para ter acesso ao smartphone. Dessa forma, e-mails, fotos, contatos, informações de trabalho, tudo passa a estar visível a um cibercriminoso se ele quiser atacar via VPN.
Outros equipamentos que estão na mesma rede do smartphone – como a rede Wi-Fi de casa, escola ou trabalho – estarão também sujeitos a esses atacantes que eventualmente podem acessar o smartphone.
Outra forma de se comunicar sem ser pelo WhatsApp é usar outros aplicativos que fazem o mesmo trabalho, mas são baixados de fontes confiáveis.
Separamos uma lista com cinco sugestões para quem quer se aventurar em outros serviços.