Escassez de semicondutores não deve dar trégua até 2023, diz KPMG

Executivos líderes globais do setor de semicondutores não estão otimistas com uma solução a curto prazo para a crise global do fornecimento de chips. Segundo a pesquisa “Perspectivas do setor global de semicondutores”, conduzida por KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA), mais da metade (56%) dos executivos ouvidos acredita que a atual escassez de chips persistirá até 2023. O estudo ouviu 152 executivos líderes da indústria.

Em relação às expectativas detalhadas para o fim da escassez de semicondutores, os respondentes indicaram os seguintes períodos: início de 2022 (3%), meados de 2022 (13%), final de 2022 (26%), início de 2023 (21%), meados de 2023 (22%), final de 2023 (13%), outros (3%).

“Os semicondutores são a base do mundo moderno e representam o componente mais importante da economia global conectada. Os problemas decorrentes da sua escassez têm impactos diferentes em cada tecnologia, mercado, setor, país e no ecossistema em geral. A normalização no fornecimento de chips deve ser ocorrer até o final do ano que vem”, afirma Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Leia mais: Startups de semicondutores receberão US$ 6 bi em 2022

Confiança financeira atinge recorde

Apesar dos desafios, a confiança financeira e operacional dos executivos do setor atingiu recorde histórico, com 95% deles acreditando que a receita de suas empresas crescerá no próximo ano, com 34% esperando crescimento superior a 20%.

Além disso, quase 90% deles acreditam que sua força de trabalho global crescerá em 2022, aumento de quase 40% em relação às perspectivas do ano passado. Em relação às principais prioridades estratégicas dessas empresas nos próximos três anos, os executivos respondentes da pesquisa indicaram três: desenvolvimento e retenção de talentos; flexibilidade da cadeia de suprimentos; fusões e aquisições.

“A expectativa é que o setor de semicondutores gere receitas recordes de mais de US$ 600 bilhões em 2022. Além disso, com a diminuição das pressões econômicas globais, a confiança no potencial de crescimento do setor provavelmente deve seguir crescendo. Ainda assim, a procura por semicondutores deve continuar elevada nos próximos anos”, afirma Felipe Catharino, sócio-diretor líder do segmento de Tecnologia da KPMG no Brasil.

A pesquisa ainda questionou os entrevistados sobre o impacto de gigantes tecnológicos investindo ainda mais nas suas próprias capacidades de silício. Os entrevistados citaram os talentos atraídos por esses gigantes como sua principal preocupação. No entanto, de maneira geral, apenas 19% dos entrevistados enxergam os desenvolvedores de chips não tradicionais surgindo como sérias ameaças competitivas.

 

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