Com o crescente avanço da Internet das Coisas, cada vez mais objetos estão interligados e compartilhando informações em tempo real, o que oferece uma série de facilidades para a vida dos usuários. De olho na movimentação do mercado, muitas empresas buscam uma forma de adequar seus serviços a essa nova tendência.
Durante o PTC Technology Day, realizado hoje (9/9) em São Paulo, o vice-presidente da companhia na América Latina, Hélio Samora, afirmou que o mundo está mudando. Por essa razão, é vital que as empresas entendam a importância de também mudar seus produtos. De acordo com o executivo, sete forças são responsáveis pelas transformações da indústria. São elas: a regulamentação dos produtos; a conectividade; a digitalização; a personalização; a globalização; os produtos de software intensivos e a ampla utilização de serviços, ponto ressaltado por Samora.
Segundo Samora, as empresas precisam focar em questões relativas ao serviço que é oferecido para o cliente, de maneira que a empresa crie estratégias que sirvam adequadamente à ele, mantendo-o fiel à marca por meio de bons serviços e produtos. E, para atingir tal objetivo, é necessário oferecer produtos inteligentes e conectados.
De acordo com estudo apresentado pelo executivo, até 2010, existiam cerca de 1 bilhão de dispositivos conectados. Até 2020, esse número deverá saltar para 50 bilhões. Se a projeção for ampliada até 2035, chegará a expressiva quantia de 1 trilhão de dispositivos interagindo uns com os outros. Samora ressalta que o volume de dados que será gerado é gigante, então será preciso ter a capacidade de armazenar, consumir e aproveitar esses dados de forma inteligente para beneficiar os negócios.
“Seu negócio demanda inteligência e conexão dos produtos à nuvem. Coisas simples estão se transformando em produtos inteligentes e conectados, e é possível tirar muito valor disso”, afirma Samora.
O executivo ressalta que as empresas, em algum momento desse processo de modernização, irão se tornar não apenas desenvolvedoras de produtos, mas também de softwares. Samora salienta que, atualmente, os produtos já podem processar informações, pensar de maneira própria e interagir com o usuário, mas ainda não estão completamente conectados, seja a rede de forma geral ou entre outros produtos.
Como exemplo, Samora cita a mudança de perfil da empresa norte-americana Nike. Ela, conhecidamente uma empresa que produz artigos esportivos, está mudando seu perfil de atuação e integrando inteligência e conectividade à maioria de seus produtos, tornando-se produtora de sistemas de monitoramento de desempenho. Essa mudança agrega valor à marca e fideliza os clientes, que não buscam apenas o produto, mas também os serviços que são oferecidos pela companhia.
Outro case de sucesso em linha com essa mudança de perfil é o da companhia norte-americana John Deere. Inicialmente a empresa vendia produtos físicos, mais especificamente tratores, e depois passou oferecer um sistema inteligente que monitora a distância a área coberta pelo trator. Com a Internet das Coisas, ela passou a monitorar remotamente a produtividade da frota de tratores, a “saúde” das máquinas, a condição dos campos, além de integrar com os serviços obtidos a partir de dados externos, como controle de sementes agrícolas, em parceria com a Monsanto, ou então sobre o futuro agrícola, a partir de dados provenientes do Bloomberg. “Se a sua empresa não tem estratégias para estar conectado, você precisa revê-la nos próximos anos”, conclui Samora.