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Empresários brasileiros destacam Big Data como ideal para inovação

Os líderes brasileiros seguem otimistas em relação à capacidade do País para inovar e acreditam que essa visão é fundamental para garantir o avanço na qualidade de vida dos brasileiros, pois tendências globais, como internet industrial, Big Data e convergências tecnológicas, já são aplicadas no Brasil de forma eficiente, gerando vantagens para diversos setores. A conclusão é uma das principais análises obtidas a partir do Capítulo Brasil do Barômetro Global da Inovação 2014, estudo realizado anualmente pela GE.

A visão otimista sobre a inovação retratada no Capítulo Brasil é uma realidade mesmo diante de ambientes comerciais cada vez mais complexos e globalizados. Pelo menos, uma tendência do mercado é apontada como fator determinante para o avanço local da inovação: a aplicação do conceito de internet industrial.

O estudo mostra que o Big Data é uma realidade para os entrevistados brasileiros. A maioria sinaliza que prever cenários por meio de análise de dados é uma das maiores necessidades a serem atendidas hoje e nos próximos anos, sendo que 94% acreditam que é essencial entender os clientes e antecipar as melhorias do mercado para inovar com sucesso. Além disso, os brasileiros identificam a tecnologia como solução em um nível maior do que a média global: 77% acreditam que é essencial usar a análise de dados e o conhecimento preditivo para inovar com sucesso, visto que 51% dos entrevistados afirmam que sua empresa aumentou a capacidade de analisar grandes quantidades de dados complexos no último ano.

Ainda de acordo com o estudo, 40% dos executivos brasileiros consideram que empresas menores, como as PMEs e startups, impulsionam a inovação no Brasil, o que coloca o País em linha com a média global, de 41%. Cerca de 27% dos entrevistados ressaltaram a importância das multinacionais nesse processo, valor superior à média global, que é de 19%.

Entre os maiores inibidores da inovação, 36% dos brasileiros destacam a incapacidade de expandir os produtos para mercados mais amplos ou internacionais. Já para 25% dos executivos, a falta de investimentos suficientes e aportes financeiros é o que compromete novas abordagens. Outro ponto de destaque é uma cobrança por maior eficiência no apoio governamental à inovação, visto que apenas 17% dos entrevistados citaram que o País atende a esse quesito, enquanto a média global gira em torno de 40%.

O estudo também lista os inibidores da inovação percebidos com maior intensidade pelos brasileiros, entre eles a incapacidade de expandir inovações de sucesso para mercados mais amplos ou internacionais (36%) e a falta de investimento suficiente e de apoio financeiro (25%). Os números também indicam queda na autoavaliação do ambiente de inovação do Brasil (de 43% em 2013 para 28% em 2014) e uma demanda por maior eficiência do apoio governamental à inovação – apenas 17% dos executivos brasileiros concordam que o País atende a esse quesito, abaixo da média global de 40%.

Inovação como chave da competitividade
Segundo a vice-presidente de assuntos governamentais e políticas públicas da GE para a América Latina, Adriana Machado, o Capítulo Brasil confirma a visão de que são amplas as possibilidades do País no campo da inovação, mas elas virão acompanhadas de grandes desafios. “Combinar talentos, recursos e ideias garante mais benefícios e um aproveitamento mais produtivo do espaço que temos para avançarmos no contexto global da inovação.”

A diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Maria Luisa Campos Machado Leal, ressalta que inovação é fator decisivo para o ganho de competitividade na indústria, salientando que o Brasil já conta com alguns mecanismos consolidados para estimular a inovação.

“Temos o Inova Empresa, linha especial do BNDES com recursos da ordem de R$ 33 bilhões, criada para financiar investimentos em processos e produtos. Também readequamos o marco regulatório e instituímos o mecanismo de compras públicas, que garante margem de preferência de até 25% para produtos nacionais que incorporem a inovação. O nosso grande desafio será direcionar os processos de construção de novas competências corporativas, organizacionais e tecnológicas, de forma a ampliar as ofertas de negócios.”

Na avaliação da Apex-Brasil, atrair investimento destinado à inovação reforça o desenvolvimento econômico do País e aumenta a competitividade das empresas brasileiras, permitindo que cresçam e tornem-se globais. “Trabalhamos em diversas frentes de atração de investimentos para o Brasil. Atuamos com empresas, apresentando a elas oportunidades para a instalação de centros de P&D no País, bem como desempenhamos ações para o fortalecimento do ecossistema brasileiro de inovação, por meio de ações de promoção de projetos de startups no exterior e da realização de rodadas de investimentos em participação (private equity e venture capital) entre empresas brasileiras e investidores internacionais”, destaca Alexandre Petry, gerente de Investimento em Participação da Apex-Brasil.

Adriana reforça ainda exemplos práticos de como a evolução do Brasil em inovação gera a expansão de uma infraestrutura dedicada, citando o crescimento do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, na sigla) e a inauguração do primeiro Centro de Pesquisas Global da GE na América Latina, que demandou investimento de mais de R$ 1 bilhão. “Queremos mostrar como multinacionais podem atuar junto ao poder público e parceiros da iniciativa privada e do meio acadêmico para impulsionar a inovação.”

Metodologia da pesquisa
A pesquisa encomendada pela GE e conduzida pela Edelman Berland foi realizada de 2 de abril a 30 de maio de 2014. As entrevistas com 3,2 mil executivos sêniores de negócios, incluindo 200 brasileiros, foram realizadas por telefone em 26 países. Todos os respondentes ocupam cargos diretivos e estão diretamente envolvidos nos processos de inovação. Vinte e oito por cento das empresas operam globalmente, com tamanho médio de 650 funcionários.

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