Empreendedorismo e a busca por impactos sociais

O avanço do empreendedorismo traz ao mercado novas opções de serviços e soluções. A ampliação de ofertas é evidente. Exemplos clássicos como Uber, apps de táxis (99 e Easy) e Airbnb mostram como novas ideias e modelos de negócios podem revolucionar um mercado consolidado. Certamente o que causa maior impacto é o que melhora a qualidade de vida e resolve problemas de pessoas. Esse tipo de atuação é denominado empreendedorismo social.

O objetivo deste tipo de negócio é trazer impacto positivo para a sociedade e resolver problemas aparentemente simples, mas que careciam de novas ideias. Mateus Cardoso, de 22 anos, é um exemplo. Natural do Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, viu durante toda sua infância o sofrimento da sua família e vizinhos com enchentes. “É um bairro às margens do rio Tietê. Eu tinha sete anos de idade quando minha mãe, em meio a uma enchente, me protegeu e disse que eu não merecia viver aquilo. Era como se ela tivesse responsabilidade. Tenho certeza que esse foi o momento que surgiu a ideia de ser empreendedor social”, afirma Cardoso, durante participação na Campus Party Brasil, em conversa com diversos empreendedores do futuro.

A solução encontrada pelo jovem foi montar uma equipe para fazer reformas de baixa complexidade, com foco em prevenção e combate a insalubridades residenciais – umidade, mofo, falta de iluminação, falta de ventilação, revestimento inadequado etc. O nome da empresa deixa claro o foco: Moradigna. “Vi que não era um problema só meu, mas de 40 milhões de brasileiros. Criamos a empresa em 2015 e já atendemos 150 clientes, com mais de R$ 1 milhão movimentado. Meu objetivo é atingir esses 40 milhões para que pessoas não sofram com esse tipo de problema”, completa.

Cardoso contou com apoio da Social Good Brasil, movimento internacional com foco em desenvolvimento de tecnologias em prol da sociedade. A organização desenvolve há quatro anos um laboratório de inovação social para auxiliar empreendedores como novos projetos que tragam impacto positivo às cidades. “As tecnologias são poderosas para trazer impacto social”, afirma Carolina de Andrade, co-fundadora e diretora-executiva do Social Good Brasil.

Para chegar a uma ideia como essa, a solução apontada pelos especialistas é aparentemente simples: pensar em algo incomode no dia a dia. E sempre ser movido por sonhos. “A maior chance de um empreendimento dar certo é estar atrelado a um projeto de vida. Se tiver apenas para subsistência no longo prazo você pode ficar infeliz e o negócio vai para o vinagre”, disse Luis Fernando Guggenberger, gerente de inovação Social e voluntariado na Fundação Telefônica Vivo, área responsável pelo Programa Pense Grande, voltado ao empreendedorismo social e tecnológico de jovens em periferias.

E aí, o que te incomoda? Lembre-se: isso certamente causa transtorno a outras pessoas e uma boa ideia pode virar uma ótima solução com impacto social e, consequentemente, rentável.

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