e-commerce
Desde o início do isolamento social, em decorrência da pandemia de coronavírus, milhões de brasileiros precisaram mudar suas rotinas. O estado de São Paulo, por exemplo, decretou quarentena há mais de um mês, em 21 de março. Durante todo esse período, os hábitos dos consumidores mudou e, em consequência do isolamento social, o comércio online atingiu novos patamares no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online apresentaram um aumento de 180% em transações nas últimas semanas.
Em relatório sobre o primeiro trimestre do varejo digital do Brasil, o Compre&Confie mostra que o e-commerce cresceu de forma significativa no período, enquanto o coronavírus se alastrava pelo mundo. O faturamento atingiu R$ 20,4 bilhões, representando uma alta de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A COVID-19 já provoca mudanças estruturais no hábito dos consumidores de varejo digital. Com as medidas de isolamento implantadas no fim do mês de março, cada vez mais pessoas optam por adquirir pela internet itens de necessidade básica, como produtos de supermercado ou de farmácia. Enquanto isso, itens de maior valor agregado, como eletrônicos, ficam em segundo plano. Essa conjuntura ajuda a explicar a queda do tíquete médio no período”, explica André Dias, diretor executivo do Compre&Confie.
Grandes varejistas estão vendo suas vendas crescerem de forma exponencial. O relatório de Desempenho de Vendas do GPA, divulgado nesta quarta-feira, mostra uma alta de 15% nas vendas do Grupo, que atingiu R$ 21,6 bilhões de faturamento no trimestre. O e-commerce alimentar cresceu ainda 80%, de acordo com o relatório, e o James Delivey, empresa do GPA, teve um crescimento de vendas de 800% e um aumento de 130% no ticket médio no período, em comparação ao primeiro trimestre de 2019.
Um estudo realizado pela Konduto, antifraude para pagamentos online, mostrou segmentos do e-commerce nacional que apresentaram crescimento expressivo de pedidos entre 15 e 24 de março em comparação aos dez primeiros dias do mês devido ao impacto da crise do novo coronavírus.
De acordo com o levantamento da empresa, os seis setores que mais se destacaram são brinquedos (com um crescimento de 643,05%); supermercados (448,09%); artigos esportivos (187,90%); farmácia (74,70%); games online (58,46%) e aplicativos de entrega (55,66%).
“O crescimento de segmentos que vendem produtos básicos online, como farmácias e supermercados, já era esperado diante das medidas de quarentena e isolamento. Por outro lado, os consumidores se preocuparam em garantir entretenimento para todas as idades no período, vide o avanço de brinquedos e games online”, diz Tom Canabarro, CEO e cofundador da startup.
Em relação aos artigos esportivos, o resultado mostra que as pessoas foram atrás de meios para manter a forma dentro de casa, já que academias e parques de várias cidades foram fechados. “Houve um aumento considerável de pedidos por produtos que vão desde halteres, colchonetes e tapetes de ioga até equipamentos como elípticos e bicicletas ergométricas”, explica.
Os dados da Konduto estão em convergência com o report “Os efeitos do Covid-19 na logística do e-commerce” realizado pela Intelipost, empresa de tecnologia para a logística. Além de mapear os setores mais afetados, o estudo também identificou que o número de pedidos de compras via e-commerce teve um aumento, em março, de 32% em São Paulo e 52% no Rio de Janeiro em comparação ao mesmo período em 2019.
Diante deste cenário, diversas empresas, dos maios variados segmentos, encontraram uma oportunidade para impulsionar as vendas por meio do comércio eletrônico. É o caso da Suprevida, uma plataforma de acesso à informação, contratação de serviços e produtos médicos para quem precisa de cuidados em domicílio. A startup sentiu na pele a alta procura por produtos de saúde, e apresentou um crescimento de 60% nas vendas durante a pandemia.
Além das gigantes do varejo, outras empresas do setor alimentício também estão aproveitando que os consumidores passam mais horas por dia online para impulsionarem seus e-commerces. A Chocolate Lugano, marca de chocolates finos de Gramado, observou em março um crescimento de 104% de suas vendas em comparação a dezembro do ano passado, um dos meses que a marca mais vendeu.
O Promobit, plataforma de social commerce, mostra que setores não essenciais estão crescendo durante a pandemia. Além do aumento na busca por brinquedos e jogos online, perfumes e colônias também tiveram um acréscimo de 43,02% nas buscas neste período. Fabio Carneiro, cofundador da plataforma, vê esse cenário de muitas incertezas, tanto sobre o período de isolamento social, como sobre qual será a reação da economia frente a esse desafio. “Alguns estudos apontam que estamos entrando em uma época em que uma parte das pessoas vão focar em consumir itens essenciais, como comida e itens para saúde, mas por outro lado, a necessidade de estar mais tempo em casa, faz com que aumente os gastos com entretenimento em casa”, finaliza.
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