Diplomacia pode ser a chave para conter o cibercrime

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3:59 pm - 11 de maio de 2015
Há dois anos, o governo Obama anunciou uma estratégia para conter a espionagem on-line. A movimentação aconteceu logo após o país ter sido alvo de ataques chineses. A partir de então, a Casa Branca disse que aumentaria a consciência pública sobre as ameaças virtuais, incentivando o setor privado a fortalecer seus ambientes, protegendo dados comerciais, além de melhorar a legislação para roubos virtuais e financiando investigações.

A consciência pública para casos de crimes virtuais aumentou, mas os casos de invasões continuam. Tanto que o setor privado investiu US$ 665 milhões em prevenção de perda de dados no ano passado, de acordo com o Gartner, aumento de 15%. No plano legislativo, o Congresso norte-americano reforçou as penas para os condenados sob a Lei de Espionagem Econômica, elevando a multa máxima para indivíduos condenados de US$ 500 mil para US$ 5 milhões.

Em termos de aplicação da lei, o FBI passou a ter o crime digital como sua terceira prioridade, incluindo invasões que resultam em roubo de segredos comerciais, logo atrás do terrorismo e da espionagem. A agência relatou aumento de 60% em investigações secretas comerciais de 2009 até 2013.

Mas os esforços diplomáticos para envolver a China têm falhado, de acordo com informações do jornal The New York Times. A resposta da China tem sido que o país também é vítima de ataques on-line e a espionagem virtual mostra poucos sinais de diminuir. 

No ano passado, 18% das 1.598 violações confirmadas analisados pela Verizon foram usadas para espionagem on-line, em comparação com os 22% dos 1.367 ataques em 2013. 

Para James A. Lewis, especialista em segurança digital do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, nos EUA, que falou ao NYT, ainda há muito trabalho a ser feito para minimizar os ataques, mas talvez os Estados Unidos e a China não tenham atingido o ponto ‘máximo de dor’ para tomar medidas mais drásticas.

Diante de tantos casos de invasões, e até que diversas sanções sejam exercidas, os especialistas dizem que a única opção para reduzir a espionagem digital pode ser uma paciente diplomacia. 

Lewis afirma que como os criminosos virtuais não vivem geralmente nos países atacados, não é possível prendê-los e países não estão sendo feitas guerras em razão disso. Portanto, diz, a chave é a persuasão e a pressão constantes. Pode ser um processo lento e pode não funcionar, mas é a única alternativa.

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