De negócio para negócio: com novo fundo para startups, Domo Invest quer fazer da inovação um serviço

Fundo de mais de R$ 150 milhões busca startups que levem mais produtividade às organizações. Ao mesmo tempo, visa fomentar o Corporate Venture

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7:20 pm - 23 de julho de 2020

Startups com soluções voltadas para outras empresas têm se mantido no radar de aceleradoras e fundos de investimento há alguns anos. Afinal, na esteira da urgência da transformação digital, essas startups podem oferecer, além de produtos e serviços, uma nova abordagem para resolver problemas e promover a inovação. E é neste horizonte de startups que a Domo Invest, gestora de fundos de investimento em venture capital, quer posicionar o novo Domo Enterprise.

O fundo dedicará entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões para investimentos em startups B2B. Do valor previsto, 30% já foi captado. A expectativa é investir em até 20 startups, com cheques de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões em cada empresa. A vocação do Domo Enterprise, explica Marcello Gonçalves, um dos sócios-fundadores da Domo Invest, é encontrar startups que melhorem a produtividade de grandes companhias. “Não se aumenta a produtividade cortando custos, cortando pessoas. Não é isso que vai definir para onde a empresa vai. A única maneira de ganhar produtividade hoje é através de tecnologia”, destaca.

Criada em 2016, a Domo Invest tem entre seus sócios, além de Gonçalves, Felipe Andrade, Gabriel Sidi, Guga Stocco e Rodrigo Borges, um dos fundadores do Buscapé. Em seu portfólio há startups que conquistaram o título de unicórnio, dado a empresas que atingiram valor de mercado acima de US$ 1 bilhão. São elas Gympass, Loggi e Hotmart. O primeiro fundo da gestora, o Domo Ventures, mirava startups B2C, voltadas para atender as necessidades do público consumidor.

A Domo Invest também é gestora de um fundo de investimento anjo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Gonçalves, a própria experiência com os investimentos e a observação de movimentos do mercado endossaram os planos de lançar um fundo às startups enterprise. “Ficou muito claro para gente”, diz ao falar sobre o potencial das empresas.

De olho na transformação digital

Para levar produtividade e eficiência às organizações, a Domo Enterprise busca startups cujas soluções sejam transversais a diferentes segmentos. De logística a finanças a soluções para o Recursos Humanos das companhias. “Não procuramos um mercado específico”, pontua. Entretanto, setores como varejo e agro – gigantes em alcance e impacto – também estão no radar. “Mas sempre estaremos olhando para a transformação digital”, sinaliza o sócio.

O fundo já selecionou sua primeira startup. A FindUP é uma startup que conecta técnicos de informática às áreas de TI de grandes empresas. Por meio de um app móvel e plataforma para desktop, as empresas podem solicitar um técnico cadastrado que estiver mais próximo de sua localização. “Em meia hora, eles colocam um técnico para resolver o problema”, explica Gonçalves. Atualmente, a Domo se encontra em diligência com uma segunda startup e se prepara para nova rodada de captação para o fundo.

Inovação como serviço

Uma das expectativas do Domo Enterprise é fomentar o chamado Corporate Venture. “Estamos procurando cada vez mais que empresas invistam no fundo para que elas possam se aproximar de startups”, explica Gonçalves. A IT Mídia, empresa de mídia especializada em tecnologia corporativa e que possui eventos tradicionais do setor de TI, como o IT Forum e IT Forum X, é sócia do fundo. Sua atuação é também estratégica, dado o relacionamento próximo da companhia com CIOs e líderes de negócios. São esses, aliás, que podem dar uma perspectiva mais íntima dos desafios e oportunidades que encontram em suas próprias jornadas de digitalização.

O Grupo Ultra, gigante do setor de distribuição de combustíveis, é um dos primeiros investidores corporativos do Domo Enterprise. Segundo Gonçalves, a meta é que 30% da captação do fundo tenha origem em investidores corporativos. Há nessa relação, diz Gonçalves, “um benefício mútuo”.

“A empresa que começa a investir em startups, ela já tem em sua visão a inovação. Ela quer entender como é o mundo das startups, a cultura, como inovar rápido, e incorporar isso no processo”, ressalta. “Você tem uma série de coisas no universo das startups que é muito importante para as corporações e, ao mesmo tempo, você consegue facilitar o acesso dessas startups às organizações”, conclui Gonçalves.

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