De iluminação inteligente ao controle de pragas, Chicago extrai benefícios de IoT

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2:24 pm - 17 de outubro de 2014

As luzes da cidade acendem e apagam de acordo com o volume de pessoas em trânsito e também com a variação da iluminação natural. Ônibus carregam equipamentos de GPS e sensores diversos para monitorar a cidade e tornar o controle do tráfego mais inteligente. As estações de bicicletas compartilhadas, tão populares em diversas cidades, também são dotadas de sensores que atualizam a cada 15 minutos qual a situação de cada uma das 300 estações espalhadas pela cidade. Por fim, uma lixeira dotada de um painel solar e conexão 3G avisa quando está cheia. Esses são apenas alguns exemplos do que a tecnologia da informação tem feito por Chicago, nos Estados Unidos.

Predestinada a ser um hub de novas tecnologias e auxiliar na reinvenção da indústria por meio do conceito de internet das coisas (IoT), a prefeitura de Chicago tem investido forte e lançado mão de diversas parcerias para que as coisas aconteçam. A questão da análise de dados é tão importante que já há alguns anos a administração local conta com um Chief Data Officer (CDO) e uma equipe de cientistas de dados dedicada a analisar informações de diversas fontes e tipos para melhorar os serviços oferecidos pela gestão pública, assim como tornar a vida dos habitantes melhor.

Como explicou Tom Schenk, CDO da cidade de Chicago, são diversas fontes de informações que eles têm trabalhado de forma intensa por meio de uma série de aplicativos e também de um portal aberto, aproveitando, assim, para trabalhar também o conceito de open data, cada vez mais em alta por questões de transparência. Mas talvez o mais importante nesse investimento recente nem seja portal aberto, que congrega informações das centrais de atendimento da prefeitura e de emergência e permite ao cidadão utilizar ou mesmo desenvolver aplicações que façam uso inteligente daquilo por meio de APIs, mas a central de monitoramento chamada de WindyGrid, onde pessoas chave da administração, por meio de um dashboard único, monitoram e gerenciam eventos de todo o tipo.

Tendo como base um sistema geográfico, o WindyGrid reúne todo o potencial de Big Data e análise preditiva, a partir de informações coletadas de diversas coisas e fontes para uma análise da situação em tempo real do presente e do passado, propiciando cruzamentos que permitem antever acontecimentos por meio de avaliação de tendências. “Criamos essa aplicação utilizando tecnologia open source, trata-se de uma plataforma de compartilhamento de dados de 14 fontes de dados, entre elas as chamadas do serviço de emergência 911 e da prefeitura o 311, além de tweets, que somam 11 milhões por ano”, detalha Schenk. “Um dashboard mostra todos esses eventos de forma mais completa e simples para os gerentes cuidarem dos problemas da cidade”, resume.

Essa plataforma está em operação desde o ano passado e oferece três funções essenciais aos funcionários da prefeitura: monitoramento de incidentes, dados históricos e analytics em tempo real.

Mas saindo da administração central para aquilo que as pessoas veem nas ruas, por conta desse investimento que culminou num portal aberto e na plataforma WindyGrid, Chicago tem, conseguido, por exemplo, se antecipar em ações para controle de pragas como ratos a partir de sensores que medem 31 variáveis de de tempo e espaço. Informações da qualidade da água nas praias do Lago Michigan são atualizadas a cada hora e a cidade está disponibilizando rede Wi-Fi gratuita. Segundo o CDO, um salto deve acontecer nessa coleta e análise de dados a partir de uma parceria recente firmada com a Universidade de Chicago, que começou a instalar sensores na área central para monitorar ruídos, vibrações e informações climáticas. De acordo com Schenk, apesar de parecer um projeto extremamente caro, não é, e no caso da cidade, o custo tem sido ainda menor pelo uso de tecnologias open source.

*O IT Forum 365 viajou a Chicago a convite da Cisco

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