O Congresso dos Estados Unidos voltou a discutir o Projeto de Lei 3596 (HR3596) que impede o outsourcing offshore de serviços de contact center. A lei prevê a catalogação de todas as empresas que estão utilizando agentes fora do território norte-americano a fim de desqualificá-las para empréstimos e subsídios federais e garantias de empréstimos por cinco anos.
O PL, denominado U.S. Call Center and Consumer Protection Act, também estabelece que os agentes no exterior sejam obrigados a informar ao consumidor a localização (o país do qual estão fazendo o atendimento) e oferecer a opção de atendimento por um agente baseado fisicamente nos EUA. Além disso, o projeto exige que qualquer empresa que planeje mover as operações de contact center para exterior dê um aviso com antecedência de 120 dias para a Secretaria de Trabalho dos EUA. O não cumprimento acarretaria em multa de US$ 10 mil por dia de notificação com atraso.
“Acreditamos que agora é a hora certa, porque o público está muito focado no bom offshoring, que são os empregos nos EUA” disse Shane Larson, diretor legislativo do Communications Workers of America, maior sindicato de trabalhadores em comunicações e mídia dos EUA, durante teleconferência com repórteres na semana passada. O CWA está apoiando o PL que tramita no Senado.
O foco do projeto tem sido a perda de empregos na indústria, mas “nós também queremos ter a certeza de que as pessoas também preservem seus empregos no setor de serviços”, disse Larson.
Os senadores que têm liderado as discussões e que defendem a aprovação do projeto são Robert Casey, Sherrod Brown e Claire McCaskill — todos do Partido Democrata —, e entre os deputados da Câmara dos Representantes estão Gene Green (Democrata) e David McKinley (Partido Republicano).
O CWA estima que há 3 milhões de empregados em call centers nos EUA, dos quais cerca de 200 mil são de unidades offshore — os dados são do período entre 2008 e 2014.
Uma empresa que utiliza muito call center offshore é a operadora de telecomunicações Sprint. Ela foi citada várias vezes pelo presidente Donald Trump quando anunciou no fim de dezembro do ano passado que ela iria “trazer de volta para a América 5 mil postos de trabalho” até o fim deste ano.
No ano passado, a Sprint fechou seu call center de Blountville, no Tennessee, e cortou 444 empregos. O fechamento fazia parte do corte global de 2,5 mil atendentes. Segundo funcionários do Estado do Tennessee, o atendimento “foi deslocado para uma empresa nas Filipinas”. Mas Lisa Belot, porta-voz da Sprint, disse que os postos de Blountville “foram absorvidos por outros call centers nos EUA e no exterior.”
A porta-voz disse que os 5 mil empregos são novos postos de trabalho “que iremos criar ou trazer de volta para os EUA. As posições podem ser da Sprint ou de fornecedores terceirizados que oferecem serviços à Sprint.” A operadora emprega atualmente 30 mil pessoas nos EUA. Em nota ela afirmou que irá “cumprir seu compromisso” de gerar 5 mil empregos até o fim do ano fiscal de 2017, que termina a 31 de março de 2018.
Para o professor de políticas públicas da Universidade de Howard, Ron Hira, o modelo de negócio e os salários pagos pelas empresas de offshore de call center não são tão atraentes quanto os do offshore de TI. “Você pode contratar uma pessoa de call center aqui nos Estados Unidos por cerca de US$ 11 a hora. Na Índia, essa pessoa pode custar US$ 2 a hora”, disse Hira, acrescentando que o salário líquido de US$ 45 para um trabalhador de TI nos Estados Unidos pode ser U$ 3 na Índia. “O maior incentivo — e margem de lucro — são para trabalho offshore”, disse ele. O outsourcing de call center na Índia é projetado em US$ 142 bilhões até 2018.
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