Computação quântica: o que podemos esperar no e-commerce?

Muito se tem falado sobre o conceito de computação quântica e a potência das máquinas do futuro com esta tecnologia, mas quase ninguém aborda quais serão os reais impactos que este tipo de inovação trará para o dia a dia.

Embora seja um campo muito experimental, há indícios de que a computação quântica irá revolucionar tudo o que vemos hoje em termos de tecnologia, tornando processos muito mais ágeis, graças à sua alta capacidade de processamento, abrindo um vasto campo de possibilidades.

Isso porque, diferente da tecnologia atual – que é baseada em códigos binários, ou seja, sequências que combinam 0 e 1 – na computação quântica é possível encontrar uma gama de resultados diferentes, inclusive simultâneos, possibilitando outras realidades e interações.

Pesquisadores nos Estados Unidos já apontam que no campo financeiro, por exemplo, a computação quântica poderá auxiliar a escolher a melhor combinação de ações para investimentos, considerando as diversas variáveis. Na medicina, é possível testar tratamentos específicos para uma determinada pessoa a partir do seu genoma, ou prever a interação de moléculas para testar novas drogas. Mas, e no comércio eletrônico?

Imagine todo esse potencial de agilidade, personalização e múltiplas possibilidades no mundo das compras integrado à Inteligência Artificial e à Internet das Coisas? Talvez tenhamos um novo universo do consumo, uma espécie de realidade artificial no dia a dia que permita adquirir produtos e serviços que interajam no plano físico e online. Louco, né?

Entretanto, a segurança é sempre um fator preocupante neste grau de inovação. Se por um lado a computação quântica pode aperfeiçoar aplicações em criptografia, por outro uma invasão de dados neste universo pode ser devastadora, porque quanto mais qubits – unidade de informação quântica – existem, mas é preciso avaliar como eles podem trabalhar juntos de forma completamente confiável e contínua, o que significa que toda a infraestrutura de segurança precisará ser revista para evitar ataques quânticos neste tipo de máquina.

Claro que muito disso ainda é especulação. O que os cientistas realmente sabem é que a computação quântica, por enquanto precisa ser combinada com a computação “clássica” para a realização de certas tarefas, mas ela também pode ser a solução para limitações que começam a surgir nos algoritmos que envolvem a IA e ainda abre espaço para a criação de uma nova era informacional. A aposta é tão grande, que gigantes como IBM, Google, Amazon e Alibaba investem atualmente em pesquisas e tecnologias ligadas à computação quântica. Mesmo sem saber direito o que nos espera, é bom observar de perto esse movimento, que deverá se tornar a nova revolução tecnológica e comunicacional na próxima década.

*Felipe Cotecchia é diretor de TI da Braspag

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