A sociedade, de modo geral, espera o problema acontecer para começar a discutir o que fará a respeito. A observação é de Fernando Peres, advogado especialista em direito digital e crimes cibernéticos, que alerta justamente na sua especialidade como a questão cultural pode ser um agravante ainda maior para lidar com incidentes.
Para ele, o principal problema para o combate ao cibercrime é a cultura de segurança – não só no Brasil, mas em todo o mundo. Ou a falta dela. E o mundo cada vez mais conectado aumenta essa preocupação.
A solução: criar ferramentas de prevenção e segurança que prevejam, acompanhem e antecipem eventuais problemas principalmente na relação usuário vs. equipamentos.
“Quando se fala em inovação e ataques hacker, logo pensamos no computador, notebook ou celular. Mas esses são apenas alguns sistemas de processamento. Não seria possível hackear um avião ou um carro? Tudo é possível – claro, umas de forma mais fácil que outras. Nada é 100% seguro”, alerta Peres, durante participação na Campus Party 2018.
Por isso, o especialista acredita que, em um futuro não muito distante, teremos caminhões, trens e outros serviços essenciais conectados, reduzindo drasticamente o nível de segurança das nossas vidas.
É fato que as tecnologias emergentes representam ameaças, à medida que o número de dispositivos conectados cresce. Mas Peres alerta para questões que já fazem parte da nossa realidade e que muitas vezes não têm a atenção devida. Um exemplo são câmeras IP, equipamentos altamente disponíveis e utilizados e que ainda têm brechas de segurança. “Falam de inteligência artificial, internet das coisas, mas o problema muitas vezes é mais simples.”
O assunto inteligência artificial e, consequentemente robôs, não pode faltar em uma discussão de futuro. A questão levatanda pelo advogado é: em que momento vamos definir o que é ser humano e robôs? Quem será responsabilizado por determinadas atitudes: a máquina ou a pessoa que a programou? “A legislação tem de cuidar disso”, opina.
“Hoje, já temos seres humanos híbridos. Já existem próteses mecânicas. É uma discussão do presente, não do futuro.”
Falar de internet das coisas é automaticamente abrir mão de muitas questões de privacidade, diz. “Pode ter certeza que alguém está armazenando todas as informações. Nossas imagens, localizações etc estão sendo úteis apara alguém.”
Peres diz que, claro, as pessoas têm o direito de privacidade protegido pela Constituição, mas a dinamica da intenet não permite que tenhamos controle a respeito da privacidade. “Por mais precavido que sejamos, perderemos cada vez mais a privacidade”, alerta.
A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. A frase do escritor Peter Drucker é usada por Peres para concluir seu reciocínio. “Precisamos tomar a frente e sermos proativos. Cabe a nós termos uma cultura diferente. Temos a capacidade de mudar muita gente, mas precisamos ter responsabilidade com as pessoas que estão perto.”
O fato é que nossos filhos não terão as mesmas experiencias que nós. “Pense em quantas coisas novas surgiram de 2000 para cá. Quais experiências vamos tirar disso? Acredito no avanço da inteligência artificial e dos robôs com capacidade de aprendizado. Isso é tecnicamente possível. O que faremos com tudo isso? Se tudo continuar como está, tenho certeza que vai ser uma das piores formas possíveis. Não podemo continuar parando para nos preocupar depois que as coisas acontecem”, finaliza.
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