O mundo pós-digital está transformando a maneira como entendemos e gerenciamos os negócios. As metodologias ágeis já se tornaram um grande legado das startups e da indústria de softwares, e hoje, é possível encontrar equipes ágeis em todas as áreas da organização.
Uma pesquisa feita pela consultoria McKinsey, com mais de 2,5 mil pessoas, revela essa transição na gestão empresarial. Cerca de 37% dos respondentes afirmam que suas organizações estão realizando uma transformação ágil que abarca toda a empresa, enquanto outros 4% declaram que as empresas em que trabalham implementaram por completo transformações desta natureza.
As empresas estão adotando essa abordagem porque equipes menores e multidisciplinares podem responder de forma mais rápida e eficaz às oportunidades e às demandas de um mercado que muda de maneira igualmente acelerada. É o chamado mundo VUCA – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Ainda de acordo com a pesquisa, mais de 80% dos respondentes de unidades ágeis relatam que o desempenho geral aumentou moderada ou significativamente desde o início do processo de transformação.
Mas, para que a gestão ágil se torne algo efetivo nas empresas, a transformação na gestão organizacional precisa começar pelo recrutamento da liderança. O papel gerencial mudou completamente. Se antes a liderança atuava para controlar as equipes, comandando as ações diárias e agindo no micro gerenciamento das atividades, hoje o papel da liderança ágil passa a ser muito mais de direcionamento estratégico e orientações comportamentais.
O papel do líder de times ágeis passa a ser muito mais próximo ao de um coach, que auxilia no gerenciamento do tempo e de prioridades, estimulando a colaboração dentro dos times, entrega de valor em ciclos mais curtos, fomento de uma cultura de confiança para que o profissional tenha autonomia na tomada de decisão, e para que ele se sinta seguro para assumir riscos e errar.
O fato é que a chave para o sucesso de qualquer time ágil são as pessoas. Elas precisam estar motivadas e engajadas para fazer com que este novo modelo de entregas funcione. Portanto, o fator humano da gestão de pessoas precisa ser uma habilidade intrínseca desse líder. Um dos maiores desafios, sem dúvida, é a mudança de mindset para entregas em ciclos curtos e processos incrementais. A liderança de times ágeis não exige conhecimento técnico sobre todas as funções da equipe, uma vez que essa é formada por profissionais multidisciplinares. Sendo assim, a função passa a ser mais estratégica, olhando mais para os resultados do negócio do que para o micro gerenciamento das ações.
Encontrar e atrair esses líderes é uma tarefa complexa, uma vez que se trata muito mais de características comportamentais (soft skills) do que habilidades técnicas (hard skills). É preciso ter um olhar atento, amplo networking e muita dedicação. Nesse sentido, o departamento de recursos humanos e as consultorias de recrutamento são parceiros complementares. Enquanto o RH dedica-se a conhecer as demandas internas da organização em profundidade, as consultorias atuam de maneira consultiva, trazendo para dentro da organização as melhores práticas do mercado.
É importante destacar que, apesar de descontruir o antigo mindset linear de produção, as metodologias ágeis não desprezam completamente as boas práticas das técnicas tradicionais, mas sim complementam, adicionando abordagens e simplificando alguns processos antigos, proporcionando uma maneira mais direta de lidar com os problemas encontrados ao longo do percurso.
Essa transformação no modelo de gestão e liderança ainda tem muito o que avançar, mas, certamente ao longo dos próximos anos, veremos empresas de todos os tamanhos e segmentos adotando as metodologias ágeis. Esse já e um caminho sem volta. Por isso, é tão importante os profissionais se manterem atualizados e desenvolverem esse mindset para que assim possam se inserir cada vez mais nas novas configurações do futuro do trabalho, em que assertividade e agilidade serão o novo ‘padrão’ das equipes.
*Marina Brandão é headhunter da Yoctoo e tem mais de 7 anos de experiência no recrutamento e seleção para as áreas técnicas. Formada em Administração de Empresas e é pós-graduada em Gestão de Pessoas e Negócios.
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