Como lidar com legado em meio à ebulição do digital?

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9:32 pm - 07 de novembro de 2017

A palavra “legado” pode provocar diferentes reações nos profissionais de TI. Para uns, uma dor de cabeça, para outros um desafio que não representa tanto barulho no ambiente a ser integrado às novas, necessárias e inevitáveis tecnologias disruptivas da era digital. É o que ficou claro para executivos da Cenibra, MRV Engenharia, Tegma e Morphis Tech.

Eles discutiram, em painel durante o IT Forum Expo 2017, realizado pela IT Mídia, hoje (7/11), em São Paulo, como lidar com o legado em plena movimentação da transformação digital no mundo e a complexidade vai depender de como é traçada a estratégia de modernização, da necessidade premente do negócio e do cuidado com a implementação.

Reinaldo Sima, diretor de TI da MRV Engenharia, revelou ser peculiar o fato de vários sistemas legados da companhia terem sido implementados por ele. “Agora tenho de lidar com isso com muito cuidado. Afinal, faz parte do core da companhia”, diz.

Para Pedro Neves, CIO da Tegma, legado tem o seu valor. “Ele fez sentido e faz sentido. Por vezes, ele é o motor da companhia por estar associados a todos os processos”, defendeu. E acrescentou: “O novo de hoje é o legado de amanhã”.

Concordou com ele João Cruz, Arquiteto de Sistemas da Morphis Tech. “Uma organização tem um legado valioso, é o carro-chefe. Assim, o legado acaba protagonizando o dia a dia e vai persistindo, apoiado, muitas vezes pelas resistências a mudanças, medo, riscos, impedimentos técnicos e preservação da zona de conforto”, relatou Cruz.

Convivendo com legado em harmonia

Ronaldo Ribeiro (foto – ao microfone), gerente de TI e Telecom da Cenibra, disse que a empresa adota uma estratégia de baixo impacto, com atualizações que vêm acontecendo de maneira gradual ao longo de alguns anos. “Para ter adesão total às mudanças, os usuários participam das decisões e isso tem resultado em sucesso”, afirmou.

Já a tegma adotou um modelo interessante para minimizar a gestão do legado sem que fosse necessária a adoção de medidas radicais. Passou a conviver com duas frentes. “Precisávamos inovar e não tínhamos o braço inovação. Até que criamos este ano uma aceleradora de startups, que lidera as iniciativas ágeis da empresa”, revelou.

Dessa forma, prosseguiu o executivo, a companhia passou a fazer o que antes era impossível ou moroso demais com o legado. “Os tempos de conclusão dos projetos via legado e via aceleradora são absurdamente diferentes. Assim, vamos gerenciando de maneira confortável.”

Sima explicou que os legados são fundamentais para a parte de TI Bimodal praticada pela companhia. “O legado não pode parar. Contudo gera o grande desafio de conseguir extrair deles informações estratégicas. Por isso, vamos testando tecnologias para modernizar o negócio.”

“O legado não impede que sejam incorporadas ao ambiente tecnologias da indústria 4.0 como realidade aumentada, realidade virtual e internet das coisas (IoT). Aplicamos esses recursos em variadas iniciativas com sucesso”, desafiou Ribeiro.

O mesmo reforçou Sima. “Independentemente do legado, muitos de nossos projetos têm sido desenhados em 3D e também usamos realidade aumentada para empoderar nosso time de vendas, que pode mostrar ao cliente um imóvel customizado e aumentar as chances de efetivação de negócios”, disse. “É uma questão de harmonia.”

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